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Vivemos hoje o dia do homem, onde a vontade humana é que manda. É mais ou menos como na época de juízes, um dos livros mais tristes da Bíblia: "Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos" (Jz 21.25). Como chegamos a tal ponto? Deixando a sujeição à autoridade do Senhor e assumindo as rédeas do testemunho de Cristo na Terra. O resultado é ruína.
Quer ver como é a vontade do homem que prevalece? Se você perguntar a alguém onde você deve se reunir, a resposta pronta será: Procure uma igreja onde Cristo seja honrado e a Palavra de Deus seja pregada. Se você bater à porta do primeiro local de reuniões que encontrar e perguntar às pessoas se ali Cristo é honrado e a Palavra de Deus é pregada, se achará uma pessoa de sorte, pois já achou o lugar na primeira tentativa. Obviamente as pessoas dirão que fazem assim ali, mesmo que sejam espíritas, mórmons ou testemunhas de Jeová. Ninguém irá dizer a você que Cristo é desonrado ali.
Todavia, se uma reunião, que tenha o objetivo de ser uma reunião de cristãos ao nome do Senhor, for dirigida por um homem, posso afirmar sem medo de errar que não está honrando o Senhor e muito menos obedecendo à sua Palavra. Se você ler atentamente 1 Coríntios 14, não encontrará ali nenhum dirigente além do Espírito Santo. Pelo contrário, todos os membros do corpo são exercitados e o Espírito tem liberdade de ação.
Embora a idéia dos cristãos hoje seja de que o crente pode adorar onde julgar melhor, encontramos na Palavra de Deus certas direções específicas quanto ao lugar de adoração, ou onde se reunir. Encontramos tanto em forma de figuras, no Antigo Testamento, como em istruções diretas no Novo Testamento. Em Gn 22.5 Abraão, quando em obediência a Deus leva seu filho para oferecer sacrifício, ele diz para o seu moço: "Ficai aqui que eu e o moço iremos ali. E havendo adorado tornaremos a vós". Entendo isto como adoração a Deus.. E em um lugar (aqu era o Monte) por Ele determinado.
Sim, Deus ordena a ele um local específico. "Sobre uma das montanhas que eu te direi" Gn 22.2. Não servia outra pois em nenhuma outra montanha haveria um carneiro preso por seus chifres no espinheiro. Somente no lugar que o Senhor indicasse. Se você comparar com Deuteronômio 12, verá que Deus estabeleceu um lugar, um só lugar, onde o povo deveria adorar. "Guarda‑te, que não ofereças os teus holocaustos em todo o lugar que vires, mas no lugar que o Senhor escolher" (v. 13,14). "Um lugar que escolherá o Senhor vosso Deus para ali fazer habitar o Seu nome" (v. 11).
Esse lugar, como sabemos, foi Jerusalém, onde posteriormente seria construído o Templo. Todo judeu deveria se dirigir para lá para adorar ou mesmo para orar (Daniel, no exílio, orava diante de uma janela voltada para Jerusalém - Dn 6.10). Em João 4, porém, uma nova ordem de coisas está para ser estabelecida. Na adoração individual, o sacerdote entrava (também pelo povo) no Santo dos Santos de um santuário terreno. O crente em Jesus entra no Santo dos Santos de um santuário celestial (Hb 8.2; 10.19). Na adoração coletiva os judeus se dirigiam ao lugar onde Deus havia colocado o Seu nome, Jerusalém. Os crentes, adoradores que adoram a Deus em espírito e verdade, O adoram no lugar onde o Senhor Jesus colocou o Seu nome: Onde estiverem dois ou três reunidos no (ou para) Seu nome.
Entendo que reunir ao nome de Jesus significa automaticamente a aceitação de que este nome é suficiente, excluindo‑se qualquer outro nome (Ap 3.8b). E que a direção do Espírito e a autoridade do Senhor sejam suficientes, excluindo-se assim qualquer direção e autoridade humana. Resumindo tudo, o lugar de adoração individual do crente é no Céu, na presença de Deus, onde ele tem acesso pelo sangue do Senhor Jesus. O lugar de adoração coletiva dos crentes nesta terra é onde o Senhor coloca o Seu nome, ou seja, onde dois ou três estão reunidos ao nome do Senhor Jesus.
Em João 4, Jesus deixa bem claro à mulher Samaritana que o lugar de adoração não seria mais Jerusalém (e nem o monte de Samaria, onde os samaritanos pensavam ser o lugar). Não haveria mais um lugar no sentido físico, como é um monte. Mas o caráter de Deus no sentido de se existir um lugar continua. Isto Ele deixa claro ao estabelecer que estaria onde dois ou três estivessem reunidos em Seu nome. O lugar não é físico mas, digamos, de ordem moral e espiritual. Equivale dizer que é onde o Seu nome e autoridade são reconhecidos.
A mesa do Senhor define hoje o lugar onde participamos do pão e do vinho (onde de uma forma simbólica estamos oferecendo Cristo a Deus, em adoração, como um Cordeiro morto), em contraposição com a mesa dos demônios. Portanto, assim como existe um lugar onde NÃO devemos adorar (a mesa dos demônios, ou aquilo que está conectado com os demônios), existe um lugar onde adoramos, que continua a ser onde o Senhor coloca o Seu nome.
Para adorarmos alguém, temos que adorá‑lo onde ele se encontra. Para adorarmos a Deus podemos entrar individualmente na Sua própria presença (temos esse privilegiado acesso pelo sangue de Jesus), ou nos reunirmos, adorando coletivamente, onde o próprio Senhor Jesus se encontra no meio. Para isto há de se cumprir a exigência de que estejamos reunidos em Seu nome. Não é onde estão corações quebrantados, o lugar de adoração, mas onde Deus estabeleceu. Quando adoramos, não temos diante de nós os nossos corações; temos diante de nós a Cristo. Os nossos olhares não são atraídos pelo nosso quebrantamento ou pela nossa humildade, mas sim pelo Cordeiro de Deus. É na Sua própria presença que adoramos, seja individualmente, seja coletivamente.
Devemos obedecer a Deus e à Sua Palavra. A sinceridade de propósito que milhões de cristãos têm ao se dirigir às suas denominações é algo que deixo com Deus. Não cabe a mim julgar a sinceridade de meus irmãos. Porém a mim é claro que devo obedecer à Palavra de Deus e em Sua Palavra vejo claramente que as denominações são contrárias à Sua vontade, por terem substituído o Nome de Cristo por outro nome (ou acrescido de outro nome), por terem adotado dirigentes humanos em suas reuniões, por estarem restringindo a liberdade do Espírito em cultos preensaiados e às vezes com roteiro até impresso em gráfica, por serem sectárias ao identificar os seus membros com um nome que não possa ser compartilhado com outros filhos de Deus pertencentes ao mesmo Corpo de Cristo.
Não estou dizendo que os crentes que pertencem às denominações sejam piores do que os que não pertencem a nenhuma organização eclesiástica. Pelo contrário, conheço irmãos denominacionais que me fazem corar de vergonha por seu zelo e comunhão com Deus. Apenas estou dizendo que os sistemas criados pelos homens, desonram o nome de Cristo (por adotarem outros nomes), dividem os cristãos (por os fazerem distintos uns dos outros), torcem a Palavra (por a limitarem àquilo que conheciam quando a denominação foi fundada e seus estatutos estabelecidos), restringem a liberdade do Espírito Santo (por colocar dirigentes nas reuniões, impedindo que o Espírito escolha aquele que Ele desejar), não dão testemunho da unidade do corpo de Cristo (por mostrarem claramente que são células distintas de outros cristãos) e tornam‑se um impecilho a muitas almas ansiosas de salvação (que ficam pensando que ser crente é ter que se associar a alguma organização religiosa). Muitos outros motivos poderia acrescentar, mas creio que estes deixam clara a minha posição.
Deus tem uma Igreja, que é aquela que o Seu Filho comprou com o próprio sangue. A ela pertencem TODOS os salvos. Suponhamos que você pertença à Igreja Batista. Acaso TODOS os salvos pertencem à Igreja Batista? A Igreja à qual pertencem TODOS os salvos é aquela que Deus estabeleceu. Qualquer outra foi criada por homens e, embora possa ter muitos salvos em seu meio, não foi estabelecida por Deus. Não pode, portanto, ser reconhecida como um lugar de adoração estabelecido por Deus.
Se eu fosse um judeu vivendo na época do Antigo Testamento e, digamos, resolvesse construir um templo em Belém, ou qualquer outra cidade, ele não seria reconhecido por Deus. Abraão, se escolhesse um outro monte que não fosse aquele que Deus havia escolhido, nunca iria encontrar o carneiro (figura de Cristo). Da mesma forma, se o Senhor pediu para nos reunirmos AO SEU NOME, como irá Ele reconhecer um lugar de reunião que é identificado pelo nome "batista", "presbiteriano", "pentecostal", ou qualquer outro nome? Se o nome do Senhor Jesus é suficiente, por que adotarmos qualquer outro?
Alguns alegam que é para nos identificarmos, mostrando que tipo de doutrina ou costumes temos. Mas quem disse que os cristãos devem se identificar como existissem vários "corpos" de Cristo. Somos UM e devemos mostrar que somos um para que o mundo creia. Como posso mostrar que sou um com os outros cristãos, se adoto um nome que outros cristãos não possuem?