https://youtu.be/utkpBrpdIzA
É interessante lembrar que os cristãos são muito influenciados pelos costumes deste mundo, onde existe um ministro, seja padre ou pastor, que celebra uma cerimônia, unindo os noivos em nome de Deus. Isso não existe na Palavra de Deus.
Você pode procurar e não encontrará que Deus tenha delegado aos homens o poder de unir um casal em matrimônio. É Deus Quem une (O que Deus uniu, não o separe o homem). E ele não deixou a ninguém a autorização para dizer coisas tais como: "Em nome de Deus eu vos declaro marido e mulher".
O juiz de paz, sim, tem esta autoridade para declarar um casal como unido diante da lei dos homens, pois os homens lhe delegaram tal poder. Mas perante Deus, é só Ele Quem une. Deus honra o matrimônio civil, pois as autoridades que existem foram por Ele instituídas, e devemos obedecê‑las. Mas não existe na Palavra de Deus o que é conhecido como "casar no religioso".
Mas o casamento não deixa de ser uma união abençoada por Deus (e não por algum homem) pois Ele une e Ele abençoa. Portanto é um momento solene, e é próprio que assim seja celebrado. Nas cerimônicas de casamento entre cristãos que costumo assistir, normalmente o casal se casa no civil (ou no cartório ou na festa de casamento) e após a celebração civil, antes de dar início à festa (quando há), um irmão (convidado antecipadamente pelos noivos) costuma trazer uma palavra para os convidados, normalmente girando em torno do tema do casamento mas com um fundo evangelístico pois a maioria das pessoas presentes costuma ser parentes e amigos incrédulos.
Pode até mesmo dirigir alguma palavra de exortação aos noivos, mas nunca se colocar na posição de alguém que os esteja unindo. Deus é Quem une. O que fala é apenas um irmão convidado para trazer à memória a importância do ato e buscar ainda anunciar a bondade do Senhor em buscar para Si uma noiva, comprando‑a com o Seu próprio sangue. Entenda que tudo o que estou escrevendo não são normas ou regras para se executar um casamento, mas apenas o costume que temos visto entre os irmãos reunidos somente ao nome do Senhor.
Um ponto eu volto a frisar pela sua importância: Ninguém tem o poder de unir um casal em matrimônio, ao menos no que diz respeito às coisas de Deus. O máximo que alguém deve fazer é dirigir uma palavra aos ouvintes ou mesmo fazer uma oração pelos noivos, mas nunca os declarar perante Deus marido e mulher. Isto é um costume estranho à Palavra de Deus e foi aceito pelo protestantismo juntamente com outras coisas que trouxeram do catolicismo romano.
O casamento civil, por sua vez, é um contrato lavrado na presença de testemunhas e com a autoridade delegada pelo estado ao juiz de paz, que declara: "De acordo com a vontade de ambos, que acabais de pronunciar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados". Isso muda dependendo do país ou da época, mas temos exemplos de contratos assim firmados na Bíblia. Um é o de Boaz e Rute, celebrado "à porta da cidade", que era o equivalente ao fórum da época, e na presença das autoridades e testemunhas:
"Então Boaz disse aos anciãos e a todo o povo: Sois hoje testemunhas de que tomei tudo quanto foi de Elimeleque, e de Quiliom, e de Malom, da mão de Noemi, e de que também tomo por mulher a Rute, a moabita, que foi mulher de Malom, para suscitar o nome do falecido sobre a sua herança, para que o nome do falecido não seja desarraigado dentre seus irmãos e da porta do seu lugar; disto sois hoje testemunhas. E todo o povo que estava na porta, e os anciãos, disseram: Somos testemunhas; o Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Lia, que ambas edificaram a casa de Israel; e porta-te valorosamente em Efrata, e faze-te nome afamado em Belém. E seja a tua casa como a casa de Perez (que Tamar deu à luz a Judá), pela descendência que o Senhor te der desta moça. Assim tomou Boaz a Rute, e ela lhe foi por mulher; e ele a possuiu, e o Senhor lhe fez conceber, e deu à luz um filho." (Rt 4:9-13).