https://youtu.be/6LDkP1xVVdU
Creio que Gênesis 6.2 nos fala de anjos (veja também "filhos de Deus" com o mesmo sentido em Jó 8.4‑7), os quais deixaram sua habitação (Judas 6) e são guardados em prisões até o juízo. Deus não perdoou os anjos que pecaram (2 Pedro 2.4) e como em Judas é feita menção a Sodoma, pode ser que a natureza do seu pecado aponte para Gênesis 6.2, ou seja, a concupiscência e insubordinação (2 Pedro 2.10; Judas 6‑8).
Juntando tudo, ao que parece alguns anjos tomaram a forma humana e uniram‑se às mulheres, dando estas à luz filhos. Uma nova raça de "super‑homens", por assim dizer, surgiu sobre a Terra. Varões valentes (Gênesis 6.4). Satanás sabia que da semente da mulher viria Aquele que lhe esmagaria a cabeça (Gênesis 3.15). Caim logo demonstrou não ser Aquele que era esperado, mas Abel teve aceitação da parte de Deus e certamente Satanás está por detrás do ato de Caim que matou seu irmão. Mas Deus reiniciou a linhagem daqueles que haviam de invocar o nome do Senhor na pessoa de Sete (Gênesis 4.26). A tática de Satanás parece haver mudado então e, ao invés de destruir um ou outro varão nascido de mulher, procurou corromper a linhagem humana, usando as mulheres para gerar uma raça poderosa neste mundo, porém mesclada com a semente de anjos caídos.
É bom que se compreenda que estas linhas são apenas alguns pensamentos e não podemos transformá‑los em dogmas ou doutrinas. Há irmãos que não entendem assim e citam Mateus 22.30 para demonstrar que os anjos não se casam. Eu, particularmente, concordo que no estado original eles não possam fazê‑lo, mas acredito que poderiam fazê‑lo caso tomassem a forma humana. E pode ser que a referência feita em Judas acerca de haverem deixado sua habitação não queira dizer simplesmente o lugar onde habitavam mas também o seu tabernáculo, isto é, a sua forma original (no sentido de corpo). Se foi o que realmente aconteceu, então Deus tinha, no dilúvio, também um propósito de preservar a linhagem humana sem que houvesse uma mescla satânica nas pessoas que viessem a nascer.