https://youtu.be/lrfLPYoj8tQ
Isaías 45.7 ‑ A palavra "mal" na versão Almeida é "ra" no original hebraico, e tem o significado de tristeza, miséria, adversidade, aflição, mas nunca significa "pecado". Deus cria o mal, ou seja, Ele traz miséria, aflição ou tristeza quando assim julga necessário para cumprir os seus justos desígnios. O mal que Deus terá que trazer sobre o pecador que não crê em Cristo é um exemplo disto.
Um juiz que é justo ao condenar um transgressor trará, evidente, mal à vida do transgressor, prendendo‑o numa cadeia por um determinado tempo. A justiça inclui a aplicação de uma pena ao transgressor. Por esta razão Deus trouxe o dilúvio sobre a terra, eliminando aqueles que estavam cansados de receber um testemunho acerca do Deus verdadeiro mas teimavam em viver em iniquidade e idolatria. (leia Gênesis 6.1‑8). Ao longo de todo o Antigo Testamento você encontrará Deus julgando os homens por meio de catástrofes ou por guerras.
Romanos 9.6‑33 ‑ Aqui vemos a soberania de Deus e que Sua vontade está acima de tudo. Nem sempre seremos capazes de compreender a Sua vontade, mas podemos ter certeza de que é a melhor. Em Êx 4.19, Deus diz a Moisés: "eu SEI, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir". Aqui Deus sabia o que havia no coração de Faraó. No primeiro encontro, em Êx 5, Faraó diz "Quem é o Senhor?" e "Não conheço o Senhor", não deixando o povo ir. O coração do homem é igual, pois Moisés diz em 6.12: "Eis que os filhos de Israel me não têm ouvido; como pois me ouvirá Faraó?", ou seja, o homem é inimigo de Deus em qualquer lado que esteja. Mas Deus tinha o propósito de salvar aquele povo e condenar o Egito.
Assim é a graça de Deus. Ambos os povos eram pecadores culpados e não queriam escutar a voz do Senhor, portanto Ele podia simplesmente esquecê‑los e destiná‑los ao juízo. Mas Deus, na Sua graça, queria salvar um povo e escolheu os israelitas para serem este povo. Alguns perguntariam: "Por que Ele não salvou os dois povos?", mas eu pergunto "Por que Ele, ainda assim, salvou os israelitas, uma vez que estes eram tão indignos quanto os egípcios?" A resposta é que Ele quis salvar. Se há duas pessoas se afogando e alguém que passa na beira do rio escolhe salvar uma, não podemos dizer que ele seja culpado da morte da outra pessoa. Ele poderia muito bem não ter se arriscado e deixar que as duas morressem. Ele não tinha nada a ver com a falta de juízo daqueles que tinham escolhido nadar em águas profundas. Mas se ele, ainda assim, salva uma, deve ser reconhecido por seu feito.
Mas creio que Faraó ainda podia se converter, pois Deus estava Se revelando a Ele. (Lembre‑se do que aconteceu em Nínive, quando Jonas pregou e, ao contrário do que Jonas esperava, o rei e toda a cidade se arrependeram.) Assim, é somente no capítulo 7.3 que Deus vai endurecer o coração de Faraó, acabando assim suas chances de se converter.
Provérbios 16.4 ‑ Este é o mesmo caso de Faraó. Deus o criou, sabendo que ele seria tão ímpio quanto qualquer outro israelita. Mas Deus criou a ambos, que nasceram ímpios por causa do pecado e não de Deus, e decidiu salvar o ímpio israelita, permanecendo o ímpio Faraó na condenação e ainda servindo de instrumento para que Deus concluísse os Seus desígnios. Mas em tudo isso Deus permanece justo. João 1.3 mostra que Cristo e que sem Ele nada do que foi feito se fez, portanto isto inclui tudo. Você foi criado por Deus, por intermédio de Cristo, assim como eu. E nós, embora tenhamos sido salvos pela fé em Jesus, nascemos tão ímpios quanto Faraó ou o mais vil assassino que exista na penitenciária. Se Deus justifica o ímpio (Rm 4.5) que crê e condena o ímpio que permanece nos seus pecados, não podemos dizer que Deus é injusto em condenar o segundo ou mesmo de utilizá‑lo para cumprir Seus justos desígnios. Mas podemos louvá‑lo por salvar o primeiro, ou seja, o ímpio que crê em Jesus.