https://youtu.be/tzOHRHEv3lM
Quanto à música, o assunto já se torna um pouco mais difícil, pois há tantas vozes hoje que acabamos confusos. Na minha opinião pessoal, uma música de amor, com uma letra limpa, é menos prejudicial do que os rocks evangélicos que são tocados por aí.
O movimento chamado "gospel" que se ouve em algumas rádios é algo vergonhoso e lamentável, e tenta rebaixar as coisas de Deus às modas deste mundo. Porém sempre devemos ter em mente que a música, na Bíblia, pode estar associada tanto ao que é bom como ao que é ruim. Satanás, por exemplo, deve ser um músico exímio:
"Já foi derrubada na sepultura a tua soberba com o som das tuas violas; os vermes debaixo de ti se estenderão, e os bichos te cobrirão". Isaías 14:11
"Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados". Ezequiel 28:13
E há também a exortação de Eclesiastes 7:5:
"Melhor é ouvir a repreensão do sábio, do que ouvir alguém a canção do tolo".
A música divide se em três partes: Letra, Melodia e Ritmo. Nós, igualmente, somos seres tripartidos: Espírito, Alma e Corpo. Deste modo, a música pode atingir nos no todo ou em parte; mais uma parte e menos outra. A letra é para o espírito (que é o cerne de nosso ser, aquilo que tem comunhão com Deus); a melodia é para a alma (que é onde estão nossos sentimentos); e o ritmo é para o corpo (que automaticamente entra no compasso da música que ouvimos).
Cabe a você discernir o que deseja alimentar: espírito, alma ou corpo. Um samba ou rock tem muito para o corpo, mas nada para o espírito. Um hino biblicamente fundamentado nos dá alimento para o espírito, moverá as emoções em nossa alma e, se sobrar algo para o corpo, será apenas no sentido de levar nossos pés a andarem nos caminhos do Senhor.
Mas, de qualquer maneira, não devemos nos esquecer que a música, tal como a conhecemos, é uma manifestação cultural que provavelmente foi inventada pelos descendentes de Caim:
Gênesis 4:16 E saiu Caim de diante da face do SENHOR, e habitou na terra de Node, do lado oriental do Éden.
17 E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e deu à luz a Enoque; e ele edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade conforme o nome de seu filho Enoque;
18 E a Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael gerou a Metusael e Metusael gerou a Lameque.
19 E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá.
20 E Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado.
21 E o nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão.
22 E Zilá também deu à luz a Tubalcaim, mestre de toda a obra de cobre e ferro; e a irmã de Tubalcaim foi Noema.
Da família de Caim recebemos a poligamia (Lameque é o primeiro a tomar duas mulheres), a primeira cidade (arquitetura), o agronegócio, a cultura e a tecnologia (gado, harpa e obra de cobre e ferro). Tirando a poligamia, que é claramente pecado, as outras coisas provavelmente estavam dentro dos planos de Deus, pois nós o vemos dizendo para Adão para lavrar a terra e, mais tarde, para os israelitas construírem cidades na terra que Deus lhe daria. Deus também dá detalhes da arquitetura do Templo que deviam construir, bem como da necessidade de homens hábeis no uso da tecnologia para a construção e fabricação dos utensílios do Templo, além de músicos que tocassem instrumentos na adoração judaica.
Além de Deus ter escolhido uma cidade para Si, Jerusalém, vemos no final que é também uma cidade, a Nova Jerusalém, que desce do céu. todas essas coisas nos cercam desde então e nós as utilizamos para o bem e para o mal. Portanto o erro da música e das outras coisas em Gênesis estava em quem criou tudo aquilo (os descendentes de Caim) e seus objetivos (exaltar o homem em sua independência de Deus). Por isso a cidade que Caim edifica leva o nome de seu filho. Mais tarde essa mesma linhagem de pessoas construiria o Torre de Babel para assegurar que seu nome permanecesse para sempre. Tudo isso nos ajuda na hora de decidir se uma música é boa ou ruim para o cristão. A quem ela exalta? Quem está ficando famoso com ela?
Outro detalhe interessante é que muitos hinos tradicionais que cantamos são letras cristãs colocadas sobre melodias que um dia foram música secular. "Amazing Grace" era uma música popular ouvida nos bares do século 18. "Bless His Name, He Set Me Free" usa a melodia de "Champagne Charlie" e "Storm The Forts of Darkness" usa a melodia "Here's To Good Old Whiskey", ambos do hinário do Exército da Salvação. "Be Still My Soul" é uma versão cristã do hino nacional da Finlândia. Cantamos o hino nacional alemão que Hitler cantava, porém com letra cristã em "Abba Father We Adore Thee". O hino da Inglaterra também ganhou uma versão cristã. O Battle Hymn da guerra civil americana, que era um hino militar e ganhou uma letra cristã que em alguns hinários vem como "Vencendo vem Jesus". Se por um lado o uso de melodias prontas facilitava para os compositores, por outro ficava mais fácil para evangelizar usando melodias conhecidas do público ao qual era dirigida a mensagem, como é o caso dos hinos citados do hinário do Exército da Salvação e também de "Amazing Grace", um hino claramente evangelístico. Alguém que frequentasse as tabernas do passado pararia para ouvir o hino ao reconhecer a melodia.
Portanto, como em todas as coisas, o importante é ter discernimento. Assim como uma música secular pode causar dano à fé de alguém, por incluir palavras torpes e estimular a sensualidade pelo ritmo, uma música "gospel" pode fazer o mesmo, porém de forma muito mais sutil. Hoje os cantores evangélicos são aclamados como ídolos, têm fãs, e produzem música do mesmo modo que faz qualquer cantor secular. Muitos cantores e artistas incrédulos em fim de carreira chegam a "se converter" para conquistar esse filão evangélico.
Leia mais sobre música aqui: Qual a música certa para o louvor?