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Dúvidas sobre unção e votos



https://youtu.be/dOyvKX8t6tM

No estado de confusão em que o testemunho de Deus se encontra, cada vez mais você verá os chamados "evangélicos" voltando aos tempos do catolicismo, com todas as superstições, medos e objetos mágicos, como água benta, hóstia, crucifixos etc. Deus nos libertou de tudo isso, portanto é bom olhar com outros olhos para essas práticas.
Vou tentar responder suas perguntas:

A questão do óleo aparece em Tiago 5:14: "Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará".

É importante entender para quem foi escrita a epístola inicialmente: Tiago 1:1: "TIAGO, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas, saúde."

É importante notar que é uma epístola escrita aos judeus-cristãos, que ainda não estavam totalmente libertos de todas as suas práticas, portanto você verá nela um nível de "alimento" muito diferente daquele encontrado, por exemplo, na carta de Paulo aos Efésios. Tiago está mais para "leite", coisas básicas e de um período de transição.

Ungir com óleo era uma prática comum no Antigo Testamento e aparentemente também entre os primeiros cristãos. A questão hoje não está exatamente na prática em si, mas onde encontraremos os presbíteros da igreja para fazerem isso. É importante ter em mente que a Igreja de Deus não é o que vemos hoje por aí. Isso são apenas tristes divisões que os homens criaram. Antigamente havia a "igreja em Corinto", a "igreja em Tessalônica", etc., mas não eram denominações e nem grupos independentes. Era a mesma igreja que estava representada em diferentes localidades. Então você certamente poderia encontrar pessoas que eram reconhecidas como os presbíteros ou anciãos de Éfeso etc.

Onde hoje você poderia encontrar, por exemplo, os "presbíteros de Recife"? Não é algo possível, porque, assim como em todo o mundo, os cristãos em Recife estão divididos em diferentes facções e denominações, cada uma com seus próprios presbíteros eleitos segundo métodos próprios. Eu não seria capaz de apontar hoje, com sinceridade de coração e isenção de consciência, alguém como "presbítero" no sentido do que havia no início da igreja. Seria muita pretensão dizer que fulano, sicrano e beltrano que se reúnem onde me reúno são os presbíteros da cidade onde moro.

"Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei" Tito 1:5

Era assim que eram, "de cidade em cidade", não "de denominação em denominação".
Então já começamos com um problema que é distinguir quem é presbítero para chamarmos para praticar a unção de Tiago 5. Não que vá fazer mal se alguém fizer isso, mas simplesmente não poderá fazê-lo com base bíblica.

Sei que na confusão que reina no cristianismo tem até gente que vende azeite em vidrinhos e coisas do tipo, mas o Senhor certamente cuidará desses logo. Tudo isso é apenas uma versão evangélica de Aparecida do Norte. O ser humano em seu estado carnal precisa ver algo, ter algum objeto nas mãos, presenciar algum ritual para poder sentir-se bem. A fé verdadeira, porém, não vê, não sente, simplesmente crê e descansa em Deus que é fiel.

De qualquer modo, mesmo no versículo de Tiago 5, não é o óleo que tem algum poder mágico de curar o enfermo, mas sim a oração da fé, algo que temos disponível sempre, com ou sem óleo. Quando você fala de "jugo quebrado por causa da unção do óleo" nem imagino do que está falando. Aparentemente é mais uma dessas histórias contadas por pastores para amedrontar os fiéis e deixá-los dependentes de seus rituais. O ser humano é essencialmente supersticioso e muitos pastores se aproveitam disso para mantê-los assim sob seu poder.

De vez em quando ouço falar de maldição que passa de geração em geração e coisas do tipo, tiradas do Antigo Testamento e lançadas como fardos adicionais sobre os cristãos, que não têm mais nada a ver com essas coisas. Como alguém, que foi lavado pelo sangue do Cordeiro, que creu no Salvador e teve todos os seus pecados perdoados, poderia sequer pensar que existe alguma maldição pendente sobre si, ou que algum óleo poderia ter o poder de fazer bem ou mal a si? Seria voltar aos rudimentos, àquelas coisas que os Gálatas estavam voltando e foram repreendidos pelo apóstolo.

Você perguntou se um voto deve ser pago antes do pedido ser atendido ou depois. Quanto a fazer voto, o mesmo acontece. É preciso entender que era um prática do Antigo Testamento, algo como fazer uma promessa para receber algo em troca. Em Atos Paulo faz votos, inclusive querendo parecer estar no judaísmo, algo que não estava certo. Devemos nos lembrar que quando lemos "Atos dos Apóstolos" estamos lendo sobre o que os apóstolos fizeram, seus atos, o que nem sempre encontra respaldo na vontade de Deus.

Se ler direito o que aconteceu com Jacó, verá que Deus não lhe pediu que fizesse voto algum. Deus queria agir em graça (favor imerecido) e Jacó foi inventar o voto, porque ele sempre foi um homem de truques e estratagemas. Veja o que Deus prometia de forma incondicional:

"Eu sou o SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua descendência; E a tua descendência será como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua descendência serão E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado". Gn 28:14...

O que Jacó precisava fazer para receber isso? O que Deus disse que queria dele para, em troca, multiplicar sua descendência como o pó da terra, estar sempre com Jacó, guardá-lo por onde quer que fosse, fazê-lo voltar à terra etc? Nada. Absolutamente nada. Tudo aquilo Deus daria porque queria dar. No entanto, Jacó inclui um "SE" na história...

"E Jacó fez um voto, dizendo: SE Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; E eu em paz tornar à casa de meu p E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo".

Portanto, esqueça essa idéia de fazer votos e confie na graça de Deus. Não há nada que possamos dar a Ele que Ele já não seja dono. Ore, peça, mas não queira fazer barganha. Deus é um Deus de graça, um Deus que ouve orações, que sabe muito bem o que é melhor para nós e saberá fazer as coisas à Sua maneira no momento certo.
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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