https://youtu.be/sG0BzuSWlVE
(esta correspondência foi originalmente mantida em 2003 com um cristão norte-americano que apoiava a invasão do Iraque)
Você realmente acha? Meio forte sua afirmação, não? (Uma nova cruzada?) Essa não é a nossa guerra - a guerra do cristão - pois nossa guerra não é aqui neste mundo. Se fosse, seria meu dever ir ao Iraque, mesmo que o presidente do Brasil seja oficialmente contra (como a maioria dos países do mundo é). Mas aí eu estaria desobedecendo a autoridade que está acima de mim, o que não estaria correto. Mas se é uma guerra que mostra quem ama a cruz e quem não ama - uma espécie de divisor de águas ou identificador, como você coloca - eu deveria desobedecer a autoridade para obedecer a autoridade de Deus, como fez Daniel quando se engajou na guerra da oração, contra as ordens do rei.
Sim, é exatamente essa a guerra em que estamos engajados agora, e ela não é contra Bush ou Saddam (creio que os dois estejam errados e me sinto confortável em tratar do assunto porque nenhum deles tem autoridade sobre mim). Bem, se minha guerra não é aqui, ela nada tem a ver com petróleo ou com movimentos religiosos humanos, coisas pelas quais os homens lutam. "Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais". Efésios 6:12
Porque nossa luta é nos lugares celestiais, nossas armas não são metralhadoras ou mísseis, "Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;" 2 Coríntios 10:4
Olhando "de fora da caixa" posso ver claramente que Bush não está lutando na defesa da fé, da moral e dos valores cristãos. Se estivesse, apontaria suas armas para Hollywood! :) Como alguém disse "a batalha neste mundo tem a ver com imoralidade, mundanismo, drogas, embriaguês e coisas assim. O mundo tenta lutar um pouco contra essas coisas, mas as pessoas acabam levadas cativas por elas".
De qualquer modo eu creio que, como cidadãos celestiais - sim, vivendo no mundo, mas com cidadania celestial - deveríamos estar engajados na verdadeira guerra para a qual Deus nos convocou. Se considerarmos que a guerra do Iraque se trata de uma guerra contra o mal, e que Bush é o "good guy", logo veremos cristãos genuínos matando uns os outros no campo de batalha, cada um considerando que sua crusada é a certa e que a Jerusalém terrena é o lugar físico que deve ser conquistado e libertado das mãos dos infiéis. Não é este o significado religioso que Bush quer dar à sua guerra? Nem um pouco diferente do modo como os muçulmanos encaram a coisa, não é mesmo?
Mas a verdadeira guerra cristã não tem nada a ver com assegurar que todas as nações chamadas "cristãs" tenham suas bandeiras em cada pedaço de terra do planeta. Como Abraão, não temos um lugar nem do tamanho da planta de nossos pés. Acaso não é o Ocidente e as assim chamadas nações cristãs que ficarão desertas durante o Milênio por terem rejeitado a mesma verdade que elas afirmam ter professado? A maldição que cairá sobre essas nações é que, durante aquela época e depois, as pessoas no mundo ocidental serão tão escassas quanto ouro (Is 13:12; 14:23; Jr 50:3, 39; 51:2). Isso mostra muito bem quem Deus irá considerar como inimigos da verdade quando formos levados no arrebatamento. Se acontecer hoje, amanhã ficaria claro que haverá mais bênçãos reservadas para as nações ocidentais e do Oriente Médio do que para a Europa e seus satélites, como o Brasil e os EUA hoje.
Será que estou vendo o cenário completo agora e depois? Se estou, vou descansar na certeza de que Deus está se movendo por trás desse triste cenário, e que Ele não está lutando nem do lado de Bush, nem do lado de Saddam, mas está apenas deixando o palco ser preparado para os próximos eventos, e eles são uma Europa mais forte (que agora desafia Bush), um Israel mais odiado (mais do que nunca) e o terrível destino da besta e das nações que a seguirão e que estão, neste exato momento, vivendo em um estado de apostasia ou abandono da verdade. Então, a Assíria - agora o norte do Iraque, o nororeste do Irã, o sudeste da Turquia e o nordeste da Síria - boa parte disso sendo invadido agora mesmo e que (se nos lembrarmos que Bush declarou o Irã como uma das nações malignas), juntamente com o Egito, serão no futuro as principais nações ao lado de Israel no Milênio (Is 19:24-25). Esse povo todo será abençoado juntamente com os filhos de Ismael, os atuais Árabes (na verdade, os iraquianos são babilônicos e não participarão dessa bênção).
Portanto, antes de ficamos muito animados e empunharmos nossas armas materiais para ir para uma guerra duvidosa, vamos nos lembrar de olhar o cenário completo, para nos certificarmos de que estamos bem seguros de onde é nosso campo de batalha e de quem são nossos verdadeiros inimigos, de qual é nosso verdadeiro "óleo" e quais são as reais prisões que afligem os seres humanos. O campo de batalha não está no Iraque e nem nos 20 ou mais países em guerra neste momento. Se formos como Paulo, vamos considerar os assim chamados "inimigos" como de nenhuma importância para nossa liberdade de lutar a verdadeira batalha e vencer a verdadeira guerra que está acontecendo agora mesmo nos lugares celestiais, onde, por sinal, nossa vitória também já está garantida. Mesmo que sejamos, por algum tempo, "embaixadores em cadeias" (Ef 6:20), sabendo que a vontade de vencer ou de ampliar sua predominância que agora existe nas nações apóstatas não é nem um pouco melhor do que aquela das nações pagãs ou muçulmanas. O que eles todos estão mesmo é interessados em manter seu status quo de independência do verdadeiro Rei e Soberano.
"POR que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o SENHOR e contra o seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas. Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. Sl 2 Se realmente conhecemos o coração dos homens, então sabemos o que verdadeiramente motiva os reis deste mundo. Mas, mesmo assim, eles continuam sob o controle de Deus.
Dizer que Bush é um "ministro de Deus" na missão de libertar uma nação de sob o jugo de um homem cruel é o mesmo que dizer que o presidente Johnson tinha a missão de libertar uma nação de sob o jugo de um regime cruel como era o comunismo. A História mostrou que ele estava errado. Se ler os discursos de Johnson para justificar a razão de entrarem no Vietnã você verá as mesmas razões dadas nos discursos de Bush, inclusive os versículos bíblicos.
O argumento de "obececer nossas autoridades" tem um duplo aspecto. Raab não obececeu seu governo quando recebeu de Deus discernimento suficiente para saber Quem estava acima de todas as coisas e o que aconteceria no futuro. Há outros exemplos de pessoas na Bíblia que não obedeceram seus líderes em ocasiões como quando escondiam servos de Deus ou tomavam um caminho diferente do ordenado pelas autoridades, como fizeram os magos que visitaram o Senhor e receberam a ordem de voltarem ao rei para contar onde tinham encontrado o menino. Às vezes nós, como cristãos, seremos obrigados a enfrentar decisões que não são fáceis, como os soldados alemães nos campos de concentração, que precisavam (ou não) obedecer seus comandantes.
Minha posição é privilegiada, pois não estou sob a influência da doutrina de Bush. Essa doutrina é de usar o poder para subjugar as nações, não do modo como era no passado, para conquistá-las ou se defender delas. A doutrina de Bush é de fazer isso como precaução. O iraque é o laboratório de Bush e se funcionar lá, vai funcionar no Irã, Síria, Coréia do Norte e em qualquer país que os EUA considerarem uma futura ameaça ao seu modo de vida.
Seus argumentos partem de uma premissa falsa, a premissa de que Bush TEM o cetro do poder e que seja um tipo moderno de "rei de reis". Concordo que Deus deu a alguns reis este lugar na história, de governarem sobre as nações, como encontramos em Daniel. Mas Bush não é um deles e os EUA não passam de um satélite do povo britânico do passado, um apêndice da Europa, como é o Brasil, em termos escatológicos.
Se achar que a supremacia norte-americana lhe dá o lugar de legisladores do mundo, qualquer outro pensamento parecerá correto. Mas quando você vê que, ao atacar o Iraque, Bush precisou violar tratados internacionais, se arvorando de defensor dos valores cristãos no mundo, então você começará a enxergar que a base toda é falsa.
Ele acredita que atacando o Iraque esteja lutando contra Osama Bin Laden. Ele fez o mesmo ao atacar o Afeganistão e para quê? Mais civis foram mortos lá do que todos os que morreram no ataque ao World Trade Center. Mas quem é Osama Bin Laden? Não preciso falar muito disso, pois você já sabe que ele foi "made in USA".
O que me admira é como o povo norte-americano acredita na propaganda de seu governo. Existe um tipo de ingenuidade que leva até cristãos a acreditarem que os homens estão de boa vontade e têm boas intenções, quando na verdade estão só querendo conquistar mais poder. A propaganda é tão bem feita que leva cristãos a acreditarem que Bush recebeu sua missão diretamente de Deus para salvar o mundo do mal! Como já escrevi, se eu tivesse sido criado nos EUA, acabaria seguindo isso e acreditando também, pois teria recebido uma carga de doutrina patriótica desde a infância. Pergunte a algum cristão mais velho da Alemanha e ele dirá que todos acreditavam que Hitler era um bom sujeito, um líder dado por Deus para levar o povo a uma nova era e coisas do tipo. Mas a verdade é que não devemos acreditar nos homens de modo algum, não importa em que posição estejam. Devemos nos sujeitar ao seu governo se estivermos sob sua autoridade, mas isso não significa seguirmos cegamente suas ordens.
Essa guerra do Iraque é uma coisa tão forte na mente da maioria dos norte-americanos que eles acabam achando que o resto do mundo deve agradecer o governo dos EUA, com se Bush fosse um tipo de líder universal. Não é. Ele é feito da mesma carne de qualquer outro líder do mundo e, se levarmos em conta a maneira como Satanás trabalha, vamos parar de olhar para o mal evidente como se fosse ele o pior dos males. Pode não ser. O enganador não se apresenta com chifres ou rabo, mas como um anjo e seus ministros como ministros de justiça. Será que ele não iria fazer o mesmo quando quisesse enganar nações ao invés de indivíduos?
Os EUA se apresentam falsamente como um país cristão, e você vai na conversa, mas sabemos que é dos EUA que vem a maior parte da moderna apostasia e má influência que é espalhada pelo mundo. Agora mesmo o Brasil está cheio de pregadores como aqueles que havia nos EUA há 20 ou 30 anos que compram estações de rádio e TV para fazer suas pregações de arrecadação de dinheiro 24 horas por dia. É claro que milhares estão seguindo essas pessoas e o Brasil está se tornando um país "evangélico". De onde vem esse modelo? A música, moda, cultura, além da religião, está sendo transmitida dos EUA para todos os cantos do planeta. Será que isso não é um ataque muito mais sutil do que o dos terroristas que se explodem por Alá?
E o que dizer das armas? De onde veio o antrax que matou alguns norte-americanos? Sabemos de onde veio, como sabemos que as armas químicas e biológicas do Iraque teriam sido feitas usando produtos e tecnologia dos EUA e Inglaterra. Não posso acreditar que preciso escrever tudo isso para um irmão, para ajudá-lo a abrir os olhos para o fato de que não existem governos ou líderes bons neste mundo, que estejam preocupados com as coisas de Deus e em proteger os aflitos. O próprio Senhor não tinha nada a ver com Céser e nem acreditava que ele tivesse boa vontade para com o povo. Assim como Cesar fez, Saddam está fazendo, e Bush também ao querer assegurar a supremacia dos interesses norte-americanos. Ele não é um defensor da fé cristã.
Minha opinião é que os EUA já estão perdendo sua supremacia, e sua economia já não está indo bem, além de tudo indicar o crescimento da Europa como líder entre as nações em um futuro breve. Você sabe que é isso que acontecerá e que os EUA irão desaparecer no processo. Como você pode defender algo assim?
A propósito, a Arábia Saudita tem um regime que não perde em nada à truculência do regime de Saddam. A conversão ao cristianismo lá é castigada com a prisão e até a morte. Mas os EUA possuem uma base assegurada lá e têm boas relações porque o dinheiro assegura isso. Dois meses antes do ataque ao WTC Bin Laden tratou dos rins em um hospital de uma base norte-americana na Arábia Saudita e foi visitado por um oficial da CIA. Mas isso é outra história...
Acrdite: nenhum país ocidental está ligando para a cruz de Cristo. Este mundo não liga para as coisas de Deus ou, quando liga, é porque representa alguma vantagem material e de poder. Você realmente acredita que os governos, feitos de políticos como os que conhecemos, estão interessados em defender a fé cristã?! É ingenuidade demais pensar assim, e isso torna as pessoas vulneráveis a qualquer campanha de marketing, que é exatamente o que esá acontecendo no mundo. Dê temo à história. Ela provará.