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Por que os discipulos nao reconheceram Jesus?



https://youtu.be/y66qNqOXaJQ

Não nos é dito na Palavra a razão de alguns discípulos não terem reconhecido Jesus ressuscitado. Isso aconteceu com Maria Madalena (João 20:15), com os discípulos pescando (João 21:4) e com os dois discípulos no caminho de Emaús (Lucas 24:13-35). Portanto, para aquilo que não está explicitamente declarado só podemos trabalhar com conjecturas.

Uma das razões de os discípulos não reconhecerem Jesus ressuscitado pode estar no fato de não esperarem que ele estivesse vivo. Se você vir alguém que morreu passar caminhando pela rua, antes de achar que está vendo a pessoa que morreu, irá pensar que é alguém parecido com ele. Sua mente racional lhe dirá ser impossível ver um morto caminhando pela rua.

Os discípulos haviam sido avisados de sua morte, mas não entenderam os avisos (Mc 9:31, 32), por isso foram pegos de surpresa por ela. Pode ser que depois tenha ocorrido com eles isso mesmo, a descrença de que fosse a mesma pessoa. Daí não o reconhecerem.

No caso de Maria Madalena em João 20 o texto diz que ainda estava escuro quando ela foi ao sepulcro, portanto uma explicação natural para ela não reconhecer o Senhor poderia ser a ausência de luz suficiente para ver suas feições, principalmente por ter os olhos ainda lacrimejantes de uma noite de tristeza e choro.

Semelhantemente, os discípulos que pescavam em João 21 podem não tê-lo reconhecido por causa da distância que o barco estava da praia e também porque eram os primeiros minutos do raiar do sol e eles tinham passado a noite acordados pescando sem sucesso. Seus olhos cansados podiam ainda não estar habituados à luz.

Mas estas são apenas suposições do que pode ter acontecido do ponto de vista natural, pois em algumas passagens, como a dos discípulos no caminho de Emaús, o mais provável é que o Senhor tenha deliberadamente fechado os olhos deles para que não o reconhecessem, abrindo-os mais tarde enquanto comia com eles, antes de desaparecer inteiramente de diante dos olhos deles.

Luc 24:16 Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem.
(...)
Luc 24:31 Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes.

Uma outras traduções mais literais, como as de J. N. Darby e J. N. Young, dizem "mas seus olhos estavam vendados" e depois "seus olhos foram abertos", indicando uma ação que não partiu deles próprios.

Do ponto de vista de uma explicação espiritual, entendo que Maria Madalena teve seus olhos abertos para reconhecer o Senhor quando foi chamada pelo nome. O Senhor realmente abriu seus olhos para ela perceber que era o mesmo Jesus que tinha ressuscitado, aquele que é tão íntimo dos seus que chama cada um pelo seu nome.

No caso dos discípulos no barco, João é o primeiro a reconhecer que era o Senhor, tão logo as redes se encheram milagrosamente de peixes. João foi o primeiro a crer na ressurreição do Senhor quando visitou o túmulo vazio (Joã 20:8 "Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu [o lugar vazio], e creu").

Podemos entender esse poder que o Senhor tem de se revelar às pessoas quando e onde quer, como ocorreu até mesmo antes de sua ressurreição ao se ocultar dos fariseus, ou seja, desaparecer bem diante de seus olhos:

Jo 8:59 "Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou".

Outro ponto interessante que encontramos na Palavra de Deus é que apenas os discípulos do Senhor o viram ressuscitado. Para o mundo, a última visão que tiveram do Senhor foi a de seu corpo morto sendo tirado da cruz e sepultado. A próxima visão será quando ele vier em glória para estabelecer o seu Reino.

Eu creio que a capacidade de ver o Senhor ressuscitado não seja algo natural. Isto é, estamos falando de um corpo em um estado da matéria que é completamente desconhecido da criação natural, portanto é preciso uma intervenção divina para que alguém possa enxergá-lo. Assim acredito que a menos que o Senhor abrisse os olhos de seus discípulos para enxergarem o que havia além dos bastidores do mundo material, nem mesmo eles o teriam visto em seu corpo ressuscitado. Mais uma vez isto é apenas uma conjectura minha a respeito do assunto.

Um exemplo interessante disso você encontra numa passagem do Antigo Testamento:

2Rs 6:14-17 "Então [o rei da Síria] enviou para lá cavalos, e carros, e um grande exército, os quais chegaram de noite, e cercaram a cidade. E o servo do homem de Deus [Eliseu] se levantou muito cedo e saiu, e eis que um exército tinha cercado a cidade com cavalos e carros; então o seu servo lhe disse: Ai, meu senhor! Que faremos? E ele disse: Não temas; porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. E orou Eliseu, e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o SENHOR abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu".

Ali foi preciso uma intervenção divina para que o servo de Eliseu enxergasse o que havia nos bastidores, no mundo espiritual. Eliseu já tinha visto isso para poder afirmar que eram mais os soldados dos exércitos celestiais do que os dos exércitos das trevas, pois aqui ele não está simplesmente falando dos soldados humanos, mas daqueles que estariam ali para ajudar os soldados da Síria: "mais são os [anjos] que estão conosco [israelitas] do que os [anjos] que estão com eles [sírios]".

2Co 4:18 Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.

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Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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