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Por que fico triste no Natal?



Épocas como Natal e Ano Novo são péssimas para muitas pessoas (eu mesmo nunca gostei desta época) e não são poucos os cristãos que se sentem melancólicos, quando não se deixam levar pelo chamado "espírito do Natal". Se para alguns tudo é festa, alegria e presentes, para outros é como se estivessem olhando através de uma imensa lente de aumento que só amplia as desilusões, os desencontros e a saudade.

Em muitos lares haverá uma cadeira vazia na ceia do Natal ou Réveillon. No ano passado tinha alguém sentado ali, que partiu e talvez nem tenha tido tempo de se despedir ou se preparar para a última viagem. Talvez seja o lugar daquele esposo ou esposa que desfez o contrato que deveria vigorar até que a morte os separasse. Ou então é a vaga do filho ou da filha que decidiu seguir a vida que escolheu desprezando tudo o que recebeu.

É um tempo de balanço e também de novos planos. Muitos estarão contabilizando suas perdas materiais, enquanto se gabarão de seus ganhos transitórios. Mas quão poucos realmente verão que estão um ano mais perto de se encontrarem com Deus e se prepararão para isso? Será que a ficha cairá para aquele que olha para a cadeira vazia, e crerá no Salvador Jesus para o perdão de seus pecados sabendo que a sua própria cadeira poderá ficar vaga no ano que vem?

Nesta época as tristezas e angústias daqueles que já creram no Salvador são magnificadas, pois ainda vivemos num corpo de carne sujeito a muitas falhas e enfermidades. Não se surpreenda se sentir-se assim. É claro que não é a condição que Deus gostaria para nós, pois se temos uma posição perfeita em Cristo deveríamos também viver desfrutando de tudo o que temos em Cristo. Mas sabemos que na prática nem sempre é assim, e Deus sabia disso muito bem. Foi por isso que nos deu o Espírito e o chamou de Consolador, sabendo que precisaríamos ser consolados. Ele também nos deu um Advogado para interceder por nós quando pecamos.

Portanto estamos bem aparelhados para esta viagem que será breve, pois a qualquer momento poderemos ver a face do Amado. Nossa cadeira pode até ficar vazia aqui, mas para aqueles que creem em Cristo o destino é ocupar com ele uma outra cadeira no lugar que agora ocupa, pois Deus "nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus" (Ef 2:6).

Minha sugestão é que descanse no Senhor. Não olhe para si mesma e para suas fraquezas e inquietações, mas olhe para ele, porque se olhar para si mesma não encontrará descanso e sim incertezas e desilusões. Lembre-se de que em todo o mundo seus irmãos em Cristo passam pelas mesmas aflições. Tal condição não era estranha aos santos de Deus do passado. Paulo fala de ter chegado a desesperar-se da própria vida e comenta das tribulações que o atacavam por dentro e por fora. Por que acharíamos que nossa vida seria diferente da vida de um apóstolo do Senhor?

"Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro. Mas Deus, que consola os abatidos [deprimidos], nos consolou com a vinda de Tito" (2 Co 7:5).

"Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira oprimidos acima das nossas forças, de modo tal que até da vida desesperamos" (2 Coríntios 1:8).

E por falar no Senhor, não se esqueça do quanto ele sofreu na expectativa da cruz que estava diante de si. O Salmo 38:6-17 é profético e expressa os sentimentos do Messias diante da expectativa da terrível morte que o aguardava:

"Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando todo o dia... Estou fraco e mui quebrantado; tenho rugido pela inquietação do meu coração... O meu coração dá voltas, a minha força me falta; quanto à luz dos meus olhos, ela me deixou... Quando escorrega o meu pé... Porque estou prestes a coxear; a minha dor está constantemente perante mim."

Hoje temos um recurso, que é irmos a esse mesmo Jesus, que sabe o que é sofrer, e buscarmos nele o descanso. Ele nos convida: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mt 11:28).

"Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fé" (Hb 10:35-38) .

Não pense que só você fica triste neste período que o mundo ocidental chama de Natal. O verdadeiro natalício de Jesus foi de grande alegria que logo se transformou em tenebrosa expectativa. O Salvador tinha vindo ao mundo, mas para salvar ele precisaria morrer. Portanto foi a sua morte, e não o seu nascimento, que possibilitou a Deus salvar o pecador. Por isso ele pediu que lembrássemos de seu corpo morto e de seu sangue derramado quando celebramos a ceia do Senhor.

O menino que nasceu logo se tornaria alvo de uma conspiração para matá-lo e esse sentimento dos homens não mudou nada ao longo dos últimos dois mil anos. Jesus saiu deste mundo e o mundo ficou do jeito que estava quando ele aqui entrou: um planeta habitado por inimigos de Deus que não querem ser incomodados pela consciência do pecado, da justiça e do juízo que virá.

Apesar de todas as luzes, festas e presentes, o sentimento que tem hoje um cristão em quem habita o Espírito de Cristo é o mesmo que o próprio Cristo teria se estivesse aqui: o de alguém que percebe estar no lugar errado vendo pessoas se alegrarem pelos motivos errados. Estranho seria você achar que está tudo bem e que o mundo é um lugar maravilhoso habitado por pessoas que receberiam hoje a Jesus de braços abertos, com a mesma alegria com que recebem o Papai Noel descendo em um helicóptero.

Existem lugares como grutas, cavernas e desfiladeiros onde, por alguns segundos, é possível ouvir o eco de uma voz. Mas nenhum deles se compara ao eco do que foi dito pela humanidade há dois mil anos, e que permanece claro e cristalino até agora:

"Não queremos que este reine sobre nós" (Lc 19:14).

Este é o sentimento da maioria das pessoas deste planeta. Como é que um cristão, que não é do mundo, se sentiria sabendo o que as pessoas pensam e falam de seu Salvador?

"Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou. Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas, agora, não têm desculpa do seu pecado. Quem me odeia odeia também a meu Pai. Se eu não tivesse feito entre eles tais obras, quais nenhum outro fez, pecado não teriam; mas, agora, não somente têm eles visto, mas também odiado, tanto a mim como a meu Pai. Isto, porém, é para que se cumpra a palavra escrita na sua lei: Odiaram-me sem motivo. Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim; e vós também testemunhareis, porque estais comigo desde o princípio. Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo" (Jo 15:18-27; 16:33).

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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