Sempre iremos julgar aquele que morreu em pecado por nos acharmos mais fiéis que nosso irmão. Mas quando chegarmos ao céu iremos descobrir que a glória de termos chegado lá "ilesos" não pode ser tributada em qualquer medida a nós, mas somente a DEUS. A religião sempre irá querer dar ao homem o mérito de sua salvação na tentativa de evitar perder membros de suas "igrejas", mas DEUS não divide sua glória com ninguém. Se eu caio, é graças a mim; se eu não caio, é graças a Deus. Mas vamos ver o que a Palavra de Deus diz do plano que Deus tem para o salvo e de quem receberá o mérito por cada etapa cumprida:
"E aos que...
[DEUS] predestinou a estes também
[DEUS] chamou; e aos que
[DEUS] chamou a estes também
[DEUS] justificou; e aos que
[DEUS] justificou a estes também
[DEUS] glorificou".
Col_1:22 "Agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis".
1Ts 5:23 "O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo".
Mas vamos usar o exemplo prático que você deu, do Fulano que se dizia crente e morreu no ato do adultério. Perdeu sua salvação? Depende. Se ele para ele "ser crente" é filiar-se a uma religião evangélica e andar segundo "lei" de sua "igreja" então nunca creu de fato e nem era salvo. Foi apenas alguém que se converteu de um modo de vida para outro, algo que até um ateu consegue se seguir à risca os "Doze Passos" do "Alcoólicos Anonimos".
Mas digamos que realmente fosse alguém que "ouviu a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido" e tenha sido selado "com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória" (Ef Ef 1:13-14).
Se o Senhor não mentiu quando disse que o Espírito estaria "para sempre convosco" (Jo 14:16), e eu creio que ele estivesse dizendo a verdade, então esse que morreu no ato do adultério pode ter sido alcançado pelo juízo disciplinar de Deus por cometer um "pecado para morte" (1 Jo 5:16), como fizeram Ananias e Safira, e como fez o homem de 1 Co 5 que Paulo ordenou fosse "entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus" (1 Co 5:5). O "pecado para morte" é para morte física, não para condenação eterna. É o adúltero no ato do adultério a quem Deus decide interromper sua loucura e levá-lo para o céu antes que faça mais bobagem. Esse será salvo como de mãos vazias, "esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo" (1 Co 6:15).
Mas por que usar o exemplo de alguém que "morre no ato do adultério"? Por que não o de alguém que abusa da macarronada e morre no ato da glutonaria? Ou que morre no ato da cobiça, por bater o carro enquanto olhava a moça seminua no outdoor? Ou no ato da mentira, ao terminar de declarar o imposto de renda? Ou no ato da impureza, enquanto namorava no carro escuro? Ou no ato da idolatria, ao cancelar o plano de saúde da família para comprar o carro dos sonhos? Ou da embriaguez, ao abusar da caipirinha do churrasco? Ou de qualquer ato "contrário à sã doutrina"? (1 Tm 1:10). Esses pecados sempre aparecem lado a lado com o adultério, mas costumamos fazer vista grossa para eles por serem socialmente aceitos.
Visto deste ângulo entendemos o quanto dependemos da graça e misericórdia de Deus, e não de nossos vãos esforços, para chegarmos ao final da jornada. Os dois versículos que citou devem ser vistos em seu próprio contexto. O primeiro foi dito a Caim e fala do pecado que sempre estará à porta querendo nos "picar" como uma serpente. Sim, o crente deve viver atento e dependente do Senhor. Sobre os ombros do Pastor estamos a distância segura das cobras. "Se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar" (Gn 4:7).
1 Co 9:24-27 "Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado".
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)