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A humanidade de Jesus nao foi real?



http://youtu.be/GiKiKcw7oaw

Seu argumento de que Jesus não teria sido um homem na verdadeira acepção da palavra caso fosse impossível a ele pecar não tem qualquer fundamento. Você pensa assim porque a única humanidade que conhece é a caída e pecadora, e não aquela que Deus criou no jardim do Éden, ainda sem pecado. E mesmo que complete seu argumento dizendo que Adão era assim e pecou, é preciso levar em conta que Jesus não era um homem criado, como Adão, mas apenas adotou um corpo semelhante ao de Adão. Não idêntico, mas semelhante, porque no caso de Jesus não existia a possibilidade de pecar.

Jesus jamais cairia em pecado por ser Deus e Homem, e não apenas Homem. Ele tinha duas naturezas, algo que Adão não tinha por ser apenas humano. É fácil entender como é absurda a ideia de que Jesus poderia ter pecado se não resistisse à tentação. Basta imaginar o que aconteceria se ele pecasse, pois isso faria de Deus um pecador.

Existe lógica em um Deus pecador? Nada mais absurdo e insano! O mero pensar já nos faz correr o risco de acalentarmos a mais ímpia de todas as impiedades. Você consegue imaginar aquele que sustenta todas as coisas com a Palavra do seu poder, deixando de sustentar todas as coisas? Será que você está dizendo que existiria a possibilidade de Jesus ser condenado à condenação eterna? De o próprio Juiz ser julgado por pecado? Faria sentido para você a ideia de um Salvador que iria precisar ele próprio de um Salvador caso o próprio Cordeiro de Deus, santo e sem mácula, viesse a contrair qualquer mancha?

A ideia que muitos têm de que Jesus poderia pecar é por não entenderem que estão falando de Deus, e é impossível que Deus peque. Simples assim. A encarnação nunca será compreendida pelo ser humano porque é um mistério muito grande para nossa cabeça. Como Deus poderia tomar a forma de homem?! Impossível a mente carnal e finita entender. Se a encarnação é um mistério, então ela não está ao alcance de nossa mente limitada.

“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.” (1 Tm 3:16)

Ele não veio com a mesma carne de um homem pecador, mas em "semelhança" de carne de pecado. "Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado." (Rm 8:3). Se ler Hebreus 4:15 em traduções alternativas entenderá melhor quando ali diz que ele "em tudo foi tentado, mas sem pecado". Darby traduziu assim:

"For we have not a high priest not able to sympathise with our infirmities, but tempted in all things in like manner, sin apart." Ou seja, "à parte o pecado", isto é, excetuando-se o pecado dessa maneira de ser tentado como seria tentado um sumo sacerdote meramente humano. A tentação que vinha sobre Jesus era exterior, a nossa é exterior e interior porque temos a cobiça, algo que não havia na natureza santa de Jesus. Por que você acha que ele foi concebido pelo Espírito Santo e não por um homem comum?

Resumindo, tente considerar as consequências de Jesus cair em tentação e você terá em mãos um problema insolúvel. Isto demonstra que a alternativa para a ideia de que Jesus jamais poderia pecar é a de que ele poderia pecar, o que acarretaria toda uma série de questões insolúveis, pois estamos falando não de um mero homem, mas de Deus.

Além disso, costumamos usar a palavra "tentação" como algo sempre no sentido de pecar, mas entenda que a palavra original na tentação de Jesus tem mais o sentido de "teste" ou "prova", como se faz quando se coloca ácido no ouro para provar que é ouro.

Seu raciocínio é que, se ele sentia como sente um ser humano, então ele precisaria necessariamente também sentir a tentação e se esforçar para não ser levado por ela ao pecado. Acho que você ainda não entendeu que a humanidade em si não é má e nem pecadora. Quando Deus criou o homem ele afirmou que era “muito bom” (Gn 1:31). O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, portanto traz em si atributos divinos. O ser humano não é mais do que Deus, mas quando você ama, sente tristeza, alegria, saudade etc. pode ter a certeza de que Deus já sentia tudo isso. O que Deus não conhecia era como sentir isso em um corpo humano, mas agora ele já conhece.

A humanidade atual é pecadora, mas a humanidade de Adão antes do pecado não era. E Adão sentia dor, fome, sede e dor antes de pecar, porque são características humanas. Foi num corpo assim, mas sem pecado, que Cristo veio. Por ser Deus, ao contrário de Adão, que não tinha a natureza divina, Jesus não podia pecar mesmo estando em um corpo de carne. Por mais que fosse provado era impossível outro resultado da prova que não fosse a perfeição. A tentação no deserto tinha o objetivo, não de ver se Jesus poderia ceder, mas apenas de provar que, ao contrário de Adão, seria impossível ele ceder pois era impermeável à tentação. Foi um evento para mostrar suas credenciais de Deus e Homem. O primeiro homem, Adão, falhou ao ser tentado, e nem precisou ser num deserto, foi no Paraíso.

Jesus não era mortal, por isso para morrer precisou entregar a vida, um poder que nenhum homem tem (deixar de viver por vontade própria). As outras coisas, como sofrer emoções, ter dor, fome, sede etc. não indicam que ele tivesse pecado, mas apenas que estava em um corpo de carne, e corpos de carne sentem dor. Se Adão topasse com o dedão em uma pedra no jardim do Éden ele sentiria dor, mesmo porque a dor é um mecanismo de defesa do corpo para não nos ferirmos. O que ele tinha no Éden eram os recursos para não adoecer e morrer (a “árvore da vida”, por exemplo). Mas antes mesmo de comer da árvore da vida, e se tornar imortal, Adão preferiu ser “como Deus” e comeu, juntamente com Eva, da árvore proibida, a do conhecimento do bem e do mal.

O que quis mostrar a você é que a ideia de que Cristo poderia pecar é absurda, pois uma possibilidade deve levar a em conta a realidade dessa possibilidade que, no caso, teria sido Cristo pecar, e se Cristo pecasse como alguém poderia sequer cogitar a existência de um Deus pecador? Percebe o absurdo da tese que levantou? O mero pensar nisso já é uma desonra ao Senhor.

Quando você diz que tudo não passa de um teatro, pois se assim for Jesus não poderá exigir de você que viva como ele viveu e não peque, percebo que não é só a divindade de Jesus que você não compreende. Você ainda não entendeu o que é o evangelho da salvação. Cristo não veio ao mundo na forma humana como um Homem perfeito para nos mostrar como sermos perfeitos como ele. A perfeição de Cristo não nos salva, mas nos condena.  “E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” (Jo 1:5).

Ao contrário, ele veio para mostrar o que é um homem perfeito aos olhos de Deus como nenhum ser humano nascido de Adão jamais conseguiria ser. Ao contrário do que você diz, não foi tudo apenas um "teatro", porque Cristo era quem ele era, e isso incluía ser sem pecado. O fato de você não conseguir viver como ele só revela que é um pecador e precisa de um Salvador que seja santo e sem pecado (não apenas sem pecar) como é o Cordeiro de Deus.

“Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo [separado], inculpável [impossível de ser feito culpável], sem mácula [mancha], separado dos pecadores [distinto e diferente dos que nascem com o pecado em si] e feito mais alto do que os céus.” (Hb 7:26)

Na cruz ele foi feito pecado por nós (não antes), e então, apesar de nunca ter pecado e nem ter a natureza pecaminosa que herdamos de Adão, ele foi transformado em pecado ali. Na cruz havia um Homem que não apenas estava levando sobre si os pecados de todos os que seriam salvos, mas sendo ele próprio a personificação do pecado, para que Deus pudesse castigá-lo como se ele próprio tivesse cometido todos os pecados de todos os que seriam salvos, além de ser também o pecado que arruinou a criação de Deus. “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Co 5:21).

Este versículo diz que ele não conheceu "pecado", que é a natureza do pecador e não apenas seus atos pecaminosos. Não existia nele qualquer eco ou resposta à tentação externa como existe em nós, e nem poderia existir, caso contrário ele não seria Deus e Homem. “Porque Deus não pode ser tentado pelo mal” (Tg 1:13), o que é mais uma prova de que a tentação no deserto não foi uma tentação igual à que sofremos, mas uma prova de quem ele realmente era: Deus.

Não havia em Jesus qualquer concupiscência, pois tudo nele era perfeito, ainda que em "semelhança" da carne do pecado, mas não tendo ele a própria carne do pecado. Conforme explica a carta de Tiago, o pecado é gerado quando nossa própria cobiça ou concupiscência responde a uma tentação externa. Ou seja, algo nos tenta, sentimos desejo, nosso coração dá ouvidos àquela tentação, pecamos e expressamos o pecado em nossa mente e em nossos membros. Ainda que estivesse em um corpo em semelhança de carne de pecado, por ser Deus, Jesus não tinha essa concupiscência interna para responder à tentação.

“Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne.” (Rm 8:3)

“Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.” (Tg 1:14-15).

Se a sua ideia de salvação era de procurar ser cada vez mais semelhante a Jesus para Deus poder aceitá-lo quando saísse daqui, esqueça tal ideia porque ela anula completamente o valor da obra de Cristo e de sua morte substitutiva. Você não pode ser salvo seguindo o exemplo de Jesus. É só crendo que ele morreu em seu lugar é que você recebe a salvação, não imitando sua vida santa e perfeita, embora ele seja posto como exemplo para quem já está salvo, como indicam os versículos abaixo, que não foram escritos para os perdidos, mas “aos santos que vivem em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus”, “aos santos e fiéis irmãos em Cristo”, “a todos os santos em Cristo Jesus” e “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito” (Ef 1:1; Cl 1:1; Fp 1:1; 1 Pe 1:2).

“E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.” (Ef 5:2)

“Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele.” (Cl 2:6)

“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” (Fp 2:5)

“Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.” (1 Pe 2:21)

Depois de ter sido feito pecado por nós, Jesus entregou sua vida, algo que nenhum ser humano é capaz de fazer. Experimente dizer agora "vou morrer" e, sem usar qualquer arma ou veneno ou ferimento externo, tente simplesmente morrer. Ninguém é capaz. Por outro lado, ninguém seria capaz de matar Jesus e ninguém poderia lhe restituir a vida, pois isto é um atributo apenas da Divindade. Explico [entre colchetes] estas particularidades na passagem abaixo:

“Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim [era impossível matar Jesus]; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade [poder de morrer] para a entregar e também [poder divino de dar vida] para reavê-la. Este mandato [poder] recebi de meu Pai [em sua condição de Homem].” (Jo 10:17-18)

Depois de morto, ele ressuscitou ao terceiro dia e demonstrou assim como é a nova criação de Deus. Ele é o Homem que agora habita no céu e é protótipo de todo salvo que habitará lá também em um corpo, não como o de Adão, ainda que perfeito para a terra, mas como o de Cristo ressuscitado, um corpo humano celestial e eterno. "Porque, de fato, foi crucificado em fraqueza; contudo, vive pelo poder de Deus." (2 Co 13:4).

Ao contrário de sua afirmação, Cristo pode sim exigir do salvo que ande como ele andou, porque o salvo tem agora o Espírito Santo e uma nova natureza que é perfeita e não peca (o que responde à tentação é a velha natureza que carrega em si), pois Deus capacita o salvo para isso.

“Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude.” (2 Pe 1:3)

Ainda que o andar de Jesus quando esteve aqui possa servir de exemplo para o salvo, não é com “aquele Jesus” que devemos nos ocupar, pois ele próprio não está mais naquela condição de Homem e Servo andando no mundo. Agora nos ocupamos de um Homem glorificado, em um corpo glorioso de carne e ossos e habitando nos céus. O primeiro e único Homem ressuscitado que vive hoje nos céus, mas ao mesmo tempo o primeiro de milhões que ressuscitarão ou serão transformados à sua semelhança. O ser humano, a velha criação, morreu na cruz quando Cristo morreu. A nova criação começou quando Cristo ressuscitou.

“Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo. E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura [criação]; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Co 5:14-17)

Gostaria apenas de acrescentar que este é meu último e-mail para você sobre este assunto. Não vou responder mais para você não se envolver com pensamentos cada vez mais ímpios a respeito da Pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. A Palavra de Deus nos exorta: “Evita, igualmente, os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior (2 Tm 2:16).

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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