https://youtu.be/0chXnqsBkLc
Volte ao ponto em que se desviou e procure se humilhar reconhecendo seu engano. Muitas vezes na vida somos obrigados a fazer isso se quisermos recuperar nossa comunhão com Deus e voltar a dar um testemunho coerente com a fé que professamos. Às vezes teremos de engolir ofensas, baixar a cabeça e deixar o Senhor nos restaurar do jeito dele, e eventualmente tratar com aqueles que podem ter até contribuído para nossa queda.
Esta passagem de 2 Reis sempre me foi de ajuda em momentos assim:
"E disseram os filhos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face, nos é estreito. Vamos, pois, até ao Jordão e tomemos de lá, cada um de nós, uma viga, e façamo-nos ali um lugar para habitar. E disse ele: Ide. E disse um: Serve-te de ires com os teus servos. E disse: Eu irei. E foi com eles; e, chegando eles ao Jordão, cortaram madeira. E sucedeu que, derrubando um deles uma viga, o ferro caiu na água; e clamou, e disse: Ai, meu senhor! ele era emprestado. E disse o homem de Deus: Onde caiu? E mostrando-lhe ele o lugar, cortou um pau, e o lançou ali, e fez flutuar o ferro. E disse: Levanta-o. Então ele estendeu a sua mão e o tomou." 2 Reis 6:1-7
Os "filhos dos profetas" aparentemente não estavam satisfeitos com o que tinham recebido de Deus. Esses deviam ser discípulos que seguiam e auxiliavam um profeta em suas necessidades, aprendendo a extrair do profeta o máximo de ensino que pudessem, como era o caso aqui com Eliseu. Mas havia neste um sentimento de insatisfação que os levou a desejar um lugar mais amplo.
Podemos às vezes ficar insatisfeitos com as limitações que o Senhor permitiu e querer buscar mais espaço, maior liberdade do que aquela que o Senhor nos concedeu. Você nunca desejou se livrar de pessoas e problemas que o cercam onde você está, seja em casa, no trabalho, na escola ou entre os irmãos? Eu também. É o desejo de um espaço mais amplo, como o de querer esticar os braços para os lados viajando horas em um carro pequeno.
Mas o que os "filhos dos profetas" não sabiam era que seriam incapazes de conseguir tal façanha, pois de si mesmos nada possuíam. Se tinham alguma coisa ou reputação era graças ao profeta que eles acompanhavam. Eliseu deixa que eles façam sua própria vontade e até vai junto com eles, como um pai que deseja ver até onde seu filho consegue chegar em sua busca por independência.
Você já deve ter feito isso quando seu filho pequeno teimou que iria conseguir pedalar sem as rodinhas de apoio. Você correu ao lado pronto para ampará-lo em seu tombo. E o tombo dos filhos dos profetas foi quando eles deixaram cair o machado emprestado num rio e ficaram desesperados. Correram pedir a ajuda do profeta.
O profeta pergunta: "Onde foi que caiu?". Eles são obrigados a admitir que o que tinham nem deles era, mas emprestado, e precisam voltar até onde perderam o ferro do machado, do mesmo modo como José e Maria foram obrigados um dia a voltarem até o lugar onde tinha perdido o menino Jesus. Levaram um dia para perder e três dias para reencontrar.
"E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa. E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o soube José, nem sua mãe. Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia, e procuravam-no entre os parentes e conhecidos; e, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os." (Lc 2:42-46).
Um dia para perder e três para reencontrar. O reencontro é sempre mais demorado e custoso que a perda. Os filhos dos profetas levam Eliseu até o lugar onde tinham perdido o ferro do machado, ou seja, voltam ao ponto onde havia ocorrido o problema. Ali o profeta joga um pedaço de pau — um madeiro — na água, e o ferro do machado flutua. Aquilo era uma figura de Cristo, da aplicação da cruz de Cristo a uma situação de erro para sermos restaurados.
Devemos voltar ao problema, ao ponto onde nos desviamos por nos sentirmos confiantes de carregar nas mãos uma verdade que nem era nossa, mas emprestada. E depois de voltar a esse ponto em que perdemos a verdade emprestada, a solução é aplicar o madeiro, a cruz de Cristo, à situação. A cruz nos fala de humilhação e morte, e só conseguimos enxergar uma situação quando deixamos morrer nosso ego. Só então estamos prontos a ser restaurados.
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)