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Quem foi Diotrefes?



https://youtu.be/H_GRQmls8oo

Não temos muita informação sobre Diótrefes, citado por João em sua terceira e breve epístola. O que temos são estas palavras: "Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida. Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras maliciosas. E, não satisfeito com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los e os expulsa da igreja." (3 Jo 1:9-10).

O nome "Diótrefes" significa "alimentado por Júpiter", o que não deixa de ser interessante, considerando que Júpiter é o maior planeta do sistema solar e na mitologia era considerado o deus dos céus e dos trovões, além de rei dos deuses. Do pouco que João fala dele é possível perceber que era alguém que queria para si o pedestal, um homem ambicioso, orgulhoso, rebelde, nada hospitaleiro e que não respeitava a autoridade apostólica, o que equivalia a não aceitar a autoridade do Senhor na assembleia.

Os apóstolos (que já não existem) eram delegados diretos do Senhor. Diótrefes não apenas deixava de acolher os irmãos — ou acolhia só quem se submetesse a ele —, mas expulsava os que demonstrassem hospitalidade. Tudo isso pode ser resumido em poucas palavras: Diótrefes era um clérigo ditador.

Nas epístolas dos apóstolos encontramos diferentes situações que naquele momento eram apenas embriões de problemas maiores que acabariam por fincar o pé na cristandade ao longo dos séculos. Paulo repreendeu os irmãos de Corinto por estarem nutrindo preferências por irmãos, como se desejassem criar partidos seguindo a diferentes líderes. O nome que o apóstolo deu a isso foi "carnalidade". Portanto, alguns "Diótrefes" da cristandade surgiram porque os próprios cristãos queriam ter uma canga sobre o pescoço e alguém que lhes ordenasse o que fazer, ao invés de se deixarem guiar pelo Espírito. A situação é parecida com a de Israel quando pediu um rei, desprezando a direção de Deus por meio dos profetas. Aos Coríntios Paulo escreveu:

"Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer. Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?... Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais? Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um?" (1 Co 1:10-13; 3:3-5).

Em outra epístola o apóstolo alerta os Gálatas contra alguns judaizantes que pregavam um evangelho de boas obras para colocá-los debaixo do jugo da lei. Os coríntios queriam andar "segundo os homens", os gálatas "segundo a Lei". Paulo chamou a isso de "outro evangelho" e o chamou de "anátema" ou "maldito". Sempre que tiramos o Senhor como o centro de nossas atenções e o Espírito Santo como nosso dirigente precisamos colocar algo no lugar, ou homens ou regras.

"Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema... E isto por causa dos falsos irmãos que se intrometeram, e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão; aos quais nem ainda por uma hora cedemos com sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós." (Gl 1:6-8; 2:4-5).

Antes de sua partida Paulo alertou os anciãos de Éfeso a respeito dos lobos que tentariam entrar no rebanho para destruí-lo, uma ameaça externa como sempre houve no cristianismo. Mas alertou também de homens dentre eles próprios que iriam querer atrair discípulos torcendo o significado das Escrituras: "Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; e que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si." (At 20:29-30).

Partidarismo, legalismo e clericalismo seriam alguns dos perigos que viriam sobre o testemunho de Deus na terra, e em nossos dias basta olhar em redor para ver que tudo isso permeia a cristandade. "Diótrefes, que procura ter entre eles o primado" é a personificação de tudo isso. Ele arrebanha os que concordam com ele e exclui os que discordam; acrescenta uma certa de dose de legalismo julgando as coisas segundo um padrão que é seu, pois rejeita aqueles que os irmãos consideravam aptos à comunhão, "não recebe os irmãos, e impede os que querem recebê-los, e os lança fora da igreja". Diótrefes ali representava o embrião do clericalismo que tomou conta da cristandade e a tornou mais parecida com o judaísmo, guardado pelos muros da Lei como em um redil, do que com o cristianismo, onde Cristo no centro de todos é o que distingue sua unidade.

Para Diótrefes poder agir livremente ele precisa suprimir a autoridade do Senhor dada à Igreja. Ele precisa também desprezar a autoridade apostólica, naquele tempo em pessoa, em nossos tempos legada pela sã doutrina nas epístolas. Fazendo assim ele assume um lugar de preeminência sobre a assembleia, extinguindo a ação do Espírito que deseja usar, não apenas um homem, mas quem o Espírito Santo quiser. Sim, Diótrefes é aquele que impede a liberdade do ministério cristão, um bombeiro pronto a "extinguir o Espírito" (1 Ts 5:19). Tudo precisa estar centrado nele e ser feito conforme a sua vontade e determinação. O clericalismo de Diótrefes resiste à ação do Espírito e coloca completamente de lado a ordem estabelecida por Deus para o funcionamento da assembleia local.

O apóstolo João critica duramente Diótrefes e seu comportamento com estas palavras: "Por isso, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, não recebe os irmãos, e impede os que querem recebê-los, e os lança fora da igreja." (3 Jo 1:10). João diz isso particularmente a Gaio porque aparentemente já tinha enviado uma carta à assembleia, mas ela teria sido interceptada por Diótrefes. "Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe." (3 Jo 1:9). Não há como se comunicar com uma assembleia onde há um Diótrefes, por isso a ação do apóstolo terá de ser em pessoa, algo temeroso se nos lembrarmos do poder dos apóstolos em julgar casos como o de Ananias e Safira.

Eu não diria que todo clérigo ou ministro ordenado na cristandade institucional tenha esse espírito de Diótrefes. Existem muitos que estão sinceramente interessados na glória do Senhor e empenhados em apascentar as ovelhas de Cristo. Por desconhecerem algumas verdades vivem dentro de seus sistemas religiosos, sujeitando-se às normas e dogmas ditadas por um governo central, e sem desfrutarem plenamente da liberdade do Espírito em suas reuniões ou permitir que outros desfrutem. Também perdem de vista a importância que Deus dá ao Nome de Cristo como único centro de reunião, e ao Espírito como único Dirigente do ministério múltiplo praticado entre os santos.

O que aprendemos da menção feita a Diótrefes na carta de João é que todo aquele que ocupa esta posição ministerial de preeminência está em direta oposição ao propósito da Palavra de Deus. Diótrefes não pode manter tal posição e ao mesmo tempo ser receptivo para com os irmãos. Tampouco pode um clérigo ou ministro manter sua posição e ao mesmo tempo receber os irmãos como dons de Cristo para serem usados pelo Espírito Santo na igreja com a liberdade que este quer. "Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados." (1 Co 14:31).

Um Diótrefes eventualmente irá aprovar e autorizar algo ou o ministério de algum irmão, mas fará isso no mesmo espírito do Vaticano com seu "Imprimatur" ou autorização de impressão. Quem estudou a história do Brasil a fundo descobriu que até uma certa época os livros só podiam ser publicados se autorizados pelo Vaticano. Desde a Inquisição os países católicos eram submetidos ao "Índex", uma lista de livros proibidos de circular. Isso foi extinto só em 1966. Antes do "Imprimatur", que era dado por um bispo, o livro passava por diferentes censores que davam o "Nihil obstat" ('nada contra'), o "Imprimi potest" ('pode ser impresso') e, finalmente, o "Imprimatur". Isso nada mais era que a famosa "carteirada" que alguns clérigos até hoje usam para impor sua autoridade ou candidamente manterem seus seguidores sob controle "aprovando" o que estão lendo.

Uma visão ampla desta terceira epístola de João nos mostra mais do que os poucos versículos que falam diretamente de Diótrefes. Ao falar de Gaio, e de como ele andava na verdade, e do testemunho que os irmãos davam acerca dele, e também de Demétrio, de quem todos davam testemunho, "até a mesma Verdade" (3 Jo 1:12), o apóstolo lança a luz de um potente farol sobre a assembleia que, por contraste, acaba revelando ainda mais a região de trevas que cercava Diótrefes e eventualmente seus simpatizantes.

De Gaio o apóstolo diz: "Procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos, e para com os estranhos, que em presença da igreja testificaram do teu amor" (3 Jo 1:15). Isto demonstra não apenas o os atos de amor de Gaio para com os irmãos e os visitantes ou novatos — chamados aqui de "estranhos" — mas apresenta um contraste com o modo de proceder de Diótrefes e sua falta de hospitalidade, não só para com os irmãos, mas para com os que se aproximam da assembleia interessados na verdade. Diótrefes não gosta de concorrência.

Outra característica da impiedade de Diótrefes você encontra embutida no que João fala no versículo 10: "Por isso, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas". A expressão "palavras maliciosas" é o que hoje costumamos chamar de "fofoca", qualquer tipo de comentário depreciativo para rebaixar ou denegrir um irmão. Quem não consegue ser alguém precisa desqualificar quem é. Um Diótrefes que não quer competição nem sequer dos apóstolos do Senhor precisa inventar ou distorcer fatos para permanecer na preeminência de seu pedestal. Diótrefes se agarra ao cajado e sente ciúme daquilo que considera seu; não deixa ninguém se aproximar. Se você conhece o meio religioso hoje sabe o quanto um clérigo se comporta assim quando se sente ameaçado.

Paulo descreve bem o tipo em sua Segunda Epístola a Timóteo, e é bom lembrar que o capítulo 3 da segunda carta continua o assunto do capítulo 2, que fala da "grande casa" da cristandade professa. O apóstolo descreve assim os homens que tomariam de assalto a cristandade e fincariam bandeira de líderes para dominar sobre os demais irmãos, aos quais chamariam de "leigos":

"Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te." (2 Tm 2:2-5)

Quão contrária é a atitude de Diótrefes quando comparada ao ensino do Senhor aos seus discípulos! "Sabeis que os que julgam ser príncipes dos gentios, deles se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas; mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; e qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos." (Mc 10:42-45).

Se pudesse resumir o assunto das duas últimas epístolas de João, eu diria que em ambas o assunto é a verdade. Em 2 João ele fala do cuidado de não receber aqueles que não trazem a verdade, que negam as doutrinas cardeais acerca da Pessoa de Cristo e sua divindade. Em 3 João ele fala de receber os que trazem a verdade. Comparando com o último discurso de Paulo aos anciãos de Éfeso em Atos 20:29-30, poderíamos pensar na segunda epístola como um alerta contra os lobos que querem destruir o rebanho, e a terceira contra os que buscam exercer a primazia e roubar para si o rebanho.

Em ambas João se apresenta como "presbítero" (2 Jo 1:1; 3 Jo 1:1), palavra que significa "supervisor" ou "zelador", provavelmente por estar escrevendo no caráter de alguém que zela pelo rebanho. Afinal, lembre-se de que sua tentativa de escrever à assembleia na qualidade de apóstolo foi frustrada pelo próprio Diótrefes. Mas sabemos que os bispos ou presbíteros não eram ofícios universais, como são os dons, mas apenas locais. Por isso, quando ele diz que iria tratar pessoalmente com Diótrefes, isso certamente não seria no caráter e presbítero, mas de apóstolo, um dom universal e reservado àqueles que haviam andado com o Senhor antes e depois da ressurreição.

Um apóstolo tinha uma autoridade e poder que nenhum cristão hoje tem. Ele podia entregar a Satanás, para a destruição da carne, o irmão que estivesse em pecado grave. Pedro fez isso com Ananias e Safira; Paulo indicou essa solução para o homem de 1 Coríntios 5:5. Também entregou a Satanás para que fossem mortos Himeneu e Alexandre (1 Tm 1:20), provavelmente em razão da má doutrina que estavam disseminando, talvez esta também com Fileto: "os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns." (2 Tm 2:18). E isto nos leva à seguinte questão: O que fazer com um Diótrefes quando se levanta numa assembleia de irmãos em uma época quando não existe um apóstolo para  cuidar do caso?

Uma das coisas importantes que aprendemos quando passamos a congregar ao nome do Senhor é que uma assembleia não interfere nas questões de outra, pois a presença do Senhor no meio e do Espírito dirigindo são suficientes. Eventualmente irmãos podem ser individualmente convidados a ajudar quando solicitados. Temos convicção de que o Senhor é capaz de resolver as questões que surgem numa assembleia porque ele é Cabeça da assembleia e está acima de tudo, até dos que insistem em tomar a liderança, como Diótrefes. Quando isso acontece a assembleia deve apelar diretamente ao Senhor. Se nos tempos apostólicos existia esse dom universal de apóstolo, que não estava limitado a agir dentro da esfera de apenas uma assembleia, hoje não existe uma instância superior à qual apelar além do Senhor.

Quando você lê a terceira epístola percebe que João não manda os irmãos tomarem alguma iniciativa. Ali ele exorta os irmãos a aguardarem até que ele fosse lá ver o que devia fazer. Não temos um apóstolo hoje, mas temos o mesmo Senhor que usava os apóstolos e ele certamente está ciente de tudo o que acontece numa assembleia onde um Diótrefes intercepta a Palavra inspirada através dos apóstolos e finca seu estandarte de posse.

A assembleia não deve agir fora do que está nas Escrituras. Sabemos como a assembleia deve agir no caso de um pecado moral, como o de 1 Coríntios 5 para o qual devia agir colocando fora de comunhão o culpado. O mesmo capítulo nos dá pistas de outros pecados que podem estar sujeitos a uma ação disciplinar da assembleia, apesar de não ser uma lista conclusiva: "Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais" (1 Co 5:11). Destes pecados talvez o único que poderia caber em Diótrefes seria o de "maldizente".

Mas aí vem um problema: como agir de forma disciplinar contra uma pessoa que sequestrou para si a assembleia? Diótrefes devia ter simpatizantes e qualquer tipo de enfrentamento acabaria por causar uma divisão na assembleia. Quando temos uma situação bem detalhada, como esta de Diótrefes, mas nenhuma solução apresentada pela Palavra, o melhor é fazer como Gaio e Demétrios estavam fazendo: simplesmente andando na verdade e aguardando uma intervenção apostólica. A Verdade, na qual eles andavam prevaleceria. O antídoto era agir exatamente de maneira oposta a Diótrefes, e nisso Gaio é parabenizado:

"Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram, e testificaram da tua verdade, como tu andas na verdade. Não tenho maior gozo do que este, o de ouvir que os meus filhos andam na verdade. Amado, procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos, e para com os estranhos, que em presença da igreja testificaram do teu amor; aos quais, se conduzires como é digno para com Deus, bem farás; porque pelo seu Nome saíram, nada tomando dos gentios. Portanto, aos tais devemos receber, para que sejamos cooperadores da verdade." (3 Jo 1:3-8).

Como hoje não temos apóstolos para uma intervenção direta, devemos aguardar uma intervenção direta do Senhor. Se alguém tenta tomar as rédeas da situação sempre corre o risco de atropelar as coisas e atrapalhar a ação do Espírito Santo de Deus, principalmente por não poder fundamentar sua ação em uma, digamos assim, "jurisprudência bíblica". Tudo o que se pode fazer é orar e sentir pena daquele que assumiu o controle dos irmãos, pois lá na frente terá de tratar com o Senhor da assembleia.

Quando oramos entregamos nas mãos do Senhor e descansamos nele. Se de um lado existe alguém agarrando a assembleia como se fosse sua, de outro não pode haver quem se sinta pessoalmente ofendido com isso, ou também estará tentando lidar do assunto como se fosse dono da assembleia. Agir como mera reação ao mal pode nos colocar fazendo a mesma força do oponente, só que em sentido contrário. "Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal não tem visto a Deus." (3 Jo 1:11).

Judas, em sua epístola, nos fala da "contradição" ou "revolta de Coré" (Jd 1:11). Ao ler o capítulo 16 de Números você encontra Coré, com Datã e Abirão, questionando a liderança de Moisés e o sacerdócio de Aarão. Ele queria usurpar o lugar de autoridade e intercessão sacerdotal instituído por Deus, representado ali por Aarão e Moisés, tornando-se um intermediário não autorizado entre Deus e os homens. Em certo sentido é o que Diótrefes tenta fazer ao desafiar a autoridade apostólica.

Hoje não temos Moisés, Aarão ou um dos apóstolos para lidar com quem sequestra a autoridade do Senhor na assembleia, mas temos a Cristo. Qualquer homem que se coloque como intermediário entre Deus e os homens está agindo como Coré e seus seguidores, que tiveram um fim terrível.

"A terra que estava debaixo deles se fendeu. E a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a todos os seus bens. E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao abismo, e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação. E todo o Israel, que estava ao redor deles, fugiu ao clamor deles; porque diziam: Para que não nos trague a terra também a nós." (Nm 16:31-34).

Hoje estamos no dia da graça e não devemos esperar uma solução tão dramática como aquela, com a terra literalmente se abrindo sob os pés de um Diótrefes que queira usurpar o domínio. Mesmo naquele tempo em que Deus agia com notório rigor ele também agia em graça, pois mais tarde encontramos que os descendentes de Coré entre os salmistas que Deus levantou para o louvor no culto a Deus. Mas certamente Deus fará aquele que se coloca como um Diótrefes "perder o chão", como costumamos dizer, recebendo diretamente de Deus a disciplina por sua pretensão. Enquanto isso Gaio e Demétrio apenas aguardam em temor e oração pelo tempo de Deus.

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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