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Devo tomar vacina contra febre amarela?



https://youtu.be/JZgkWLgWBNE

Sua dúvida é se deve procurar se vacinar contra a febre amarela considerando as notícias e campanhas que estão sendo feitas pelo governo. Se existe um surto de febre amarela e o governo disponibiliza a vacinação, acredito que você deva tomar a vacina, principalmente se estiver em área de risco.

Mas você precisa antes verificar se não é alérgico ou tem alguma doença que impeça ser vacinado, porque todo medicamento traz riscos, e pessoas costumam morrer, tanto por reação à vacinas, como a medicamentos em geral. Tem gente que morre se tomar uma aspirina. Ser vacinado significa receber uma versão fraca do vírus para seu organismo criar os anticorpos e ficar imune.

Eu tomei a vacina contra febre amarela há dez anos, pois viajo muito pelo Brasil, inclusive em regiões de mata, e depende para que país você viaja podem exigir o certificado internacional de vacinação para deixarem você entrar. Ouvi dizer que a dose completa da vacina contra febre amarela é válida por dez anos. Se assim for, eu precisaria ser revacinado, mas meu cardiologista disse que não posso tomar mais por causa da idade e de meu coração, que às vezes bate, às vezes apanha.

Apesar de eu não ser muito amigo de medicamentos (só tomo em último caso), meus filhos foram todos vacinados com as vacinas comuns da infância e hoje sou obrigado a tomar medicamentos em função dos problemas da idade. Mas para aquelas indisposições que podem ser resolvidas com um chá ou evitando alguns alimentos, eu prefiro evitar medicamentos.

Porém não existe nada de errado em se recorrer a médicos e farmácias. Quando Paulo instrui Timóteo a tomar um pouco de vinho para suas constantes enfermidades está receitando um remédio caseiro, portanto Deus não tem nada contra medicamentos. "Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades." (1 Tm 5:23).

Lucas, autor do Evangelho e de Atos, não é apenas citado como irmão amado, mas "médico amado", o que pode significar que ele próprio ajudava os irmãos com os conhecimentos que tinha de sua profissão, e como tal era reconhecido por eles. "Saúda-vos Lucas, o médico amado." (Cl 4:14).

Ao falar aos fariseus o Senhor dá um exemplo que pode muito bem indicar que Deus reconhece que médicos sejam úteis no tratamento de doenças. "E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos." (Lc 5:31).

Alguém poderá querer usar fora do contexto esta passagem: "E, no ano trinta e nove do seu reinado, Asa caiu doente de seus pés, a sua doença era em extremo grave; contudo, na sua enfermidade, não buscou ao SENHOR, mas antes os médicos." (2 Cr 16:12). Mas se observar o contexto verá que Asa tinha demonstrado ser rebelde ao Senhor.

O fato de a mulher que sofria de hemorragia em Marcos 5:25-30 ter gastado todo o seu dinheiro com médicos sem solução também não serve como argumento, pois no caso dela era preciso Deus intervir, ou não teríamos esse belíssimo milagre nos Evangelhos. Também nos ensina que médicos não são deuses e que devemos sempre orar, e recorrer ao Senhor, mesmo quando recorremos a eles.

Eu poderia citar várias passagens que falam de ataduras, aplicação de vinho e azeite, bálsamos, pasta de figos etc. mas vou evitar fazê-lo porque em muitas delas o significado é espiritual e não seria bom destruir o simbolismo achando que tudo não passa de tratamento baseado em diferentes materiais. Mas uma evidência forte de que o cristão não deve se valer unicamente da oração e de um milagre na esperança de ser curado nós vemos nesta passagem onde Paulo escreve: "...e deixei Trófimo doente em Mileto." (2 Tm 4:20).

Se Paulo, que curou tanta gente, não curou Trófimo foi porque a cura naquele caso não teria o propósito que normalmente tinham os sinais, que serviam de credenciais para a genuinidade da ação de Deus através do Evangelho. Ali Trófimo não foi curado de maneira miraculosa, e certamente precisou recorrer a tratamentos usuais para sua doença, pois era sua única alternativa. Também pode ser que Deus quisesse que Trófimo tivesse seu próprio exercício de oração e dependência de Deus, e não dependência em algum irmão que considerasse portador de poderes especiais de cura.

Deus também permite a enfermidade para sermos exercitados por ela, para evitar que caiamos em excessos (como o "espinho na carne" de Paulo, que o Senhor permitiu para ele não se gloriar), ou também para ensinar algo às pessoas que nos cercam e veem o modo como reagimos a uma enfermidade sendo crentes em Cristo.

Hoje existem seitas que se dizem cristãs e acham que o crente não precise de médicos ou medicamentos, seja para o corpo, seja para a mente. Alguns chegam até a dizer que um crente genuíno não fica doente porque Cristo teria carregado nossas enfermidades na cruz. O que não percebem é que ele não carregou enfermidade nenhuma na cruz, mas sim em vida, quando curava as pessoas e tomava para si aquela enfermidade. Mateus 8:16-17 deixa muito claro que era quando curava as pessoas que levava as doenças como Isaías havia profetizado: "E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos; para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.".

Muitas tragédias têm acontecido por causa de conselhos perversos de pessoas que não compreendem a Palavra de Deus e buscam apenas ganhar dinheiro em cima de incautos "vendendo" suas supostas curas em rede nacional. Quando morava em Goiás soube de um garotinho picado de cobra cujos pais pertenciam a uma igreja pentecostal e se recusaram a deixar que recebesse soro antiofídico. O garotinho morreu.

Outro, picado por uma jararaca, eu mesmo socorri e precisei insistir muito com seu pai, obreiro de uma denominação pentecostal, para que me deixasse aplicar nele soro anti-ofídico que conseguimos numa fazenda da região e depois levá-lo ao hospital em Brasília. Para o pai a cura já tinha acontecido pela oração, mas para o garotinho ficou evidente que não. Mesmo recebendo o soro antiofídico teve uma crise renal que teria sido mortal longe de um equipamento de diálise.

Uma das vertentes mais nefastas dos pregadores pentecostais é a que enxerga doenças mentais como possessão demoníaca, impedindo que pessoas recebam tratamento profissional adequado. Existem casos de depressão profunda em que o "pastor" diz expulsar o espírito maligno e sugere que a pessoa pare com os medicamentos, só para ela ser encontrada morta por suicídio dias depois. Soube de um caso assim, mas felizmente a pessoa foi socorrida em tempo depois de cortar os pulsos.

Recentemente alguém me escreveu explicando que é diabético, teve uma crise muito séria e ficou entre a vida e a morte no hospital, onde era visitado pela "pastora" da igreja pentecostal que frequenta. Quando saiu do hospital a pastora insistiu que deixasse de tomar insulina porque ela teria recebido uma "revelação" de que ele já estava curado e precisava ir logo à sua "igreja" para dar testemunho de sua cura. Sugeri que procurasse um médico e fizesse os exames indicados por ele e tomasse o medicamento que receitasse. Quanto à "profetada" da tal "pastora", sugeri que nem voltasse mais àquela "igreja" porque a intenção dela era apresentar testemunhos para fazer os incautos abrirem suas carteiras e darem dinheiro.

Conheci pessoas que viram ou trabalharam nos bastidores dessas "igrejas" e contam o tanto que existe de enganação, inclusive com atores contratados para se passarem por doentes, ou pessoas com diagnósticos falsos que se dizem curadas. Um deles, brasileiro e técnico de som, estava fazendo alguns reparos nos bastidores de um palco montado para um grande evento de curas num ginásio de esportes nos Estados Unidos, quando viu pela fresta da cortina chegar o "pregador" de milagres que se apresentaria naquela noite. Com ele vinha uma trupe de atores portando cadeiras de rodas, muletas, óculos escuros etc. Era para ensaiarem como seriam as curas da noite.

Portanto, fuja das "profetadas" que vê por aí e também dos vídeos de teorias conspiratórias que insistem que as vacinas são para reduzir o número de habitantes do planeta, ou para criar zumbis que serão escravizados por algum líder dos Illuminati. Uma vez me enviaram um vídeo mostrando contêineres no porto de Santos afirmando que seriam para colocar os cadáveres das pessoas que seriam vacinadas numa conspiração para reduzir a população do mundo. Quem fez o vídeo nunca imaginou que seu smartphone teria chegado num daqueles contêineres.

Recentemente recebi uma mensagem supostamente enviada por um cristão que trazia conselhos de uma suposta enfermeira para que ninguém tomasse a vacina. Desta vez o produtor de fake news deveria ao menos ter dito que ela era médica, porque enfermeiras não estão autorizadas a praticar coisas que são atribuições de médicos. Infelizmente muitos cristãos ingênuos acreditam nessas teorias conspiratórias que remetem o crente aos tempos medievais, fazendo da fé cristã motivo de chacota para os incrédulos.

Sugiro que também não caia na conversa de pregadores que acham ter poder para domar epidemias, porque muitos deles recorrem a médicos e hospitais quando ficam doentes. Um famoso autodenominado "apóstolo" procurou um dos hospitais mais caros do país para operar seu joelho, ao contrário do que parece fazer no palco quando se diz capaz de curar de câncer a unha encravada. Quem pagou pela operação foram os ingênuos que lhe dão dinheiro acreditando em suas supostas curas.

Outro famoso autodenominado "bispo" prometeu curar os olhos de todos os que usavam óculos em uma grande concentração no Estádio do Maracanã. Muitos ali destruíram seus próprios óculos com a promessa de cura, mas alguns dias mais tarde o mesmo "bispo" se apresentou de óculos para uma entrevista. A repórter questionou: "Ué, o senhor não prometeu curar os olhos de quem usava óculos?", ao que ele respondeu com a maior cara de pau: "É que minha fé é pequena".

Também tem o caso daquele médium espírita brasileiro conhecido internacionalmente por suas cirurgias feitas com as mãos banhadas em sangue, mas que não teve escrúpulos de correr para um hospital (também dos mais caros) quando precisou de tratamento médico. Pelo jeito os supostos espíritos de médicos do passado não atuavam naquela especialidade da medicina moderna.

por Mario Persona


Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)



Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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