https://youtu.be/hV1YdLalkCA
Você escreveu perguntando se não seria Lázaro, e não João, o discípulo amado de Jesus, já que existem três referências a Lázaro ser amado por Jesus em João 11:3, 5, 36? Além disso você argumenta que "o discípulo amado não pode ser João porque é pouco provável que Maria pudesse estar caminhando, em público, junto com um homem que não fosse seu marido, José. Assim como também, conforme os rígidos costumes sociais dos judeus, é improvável que João, que era casado com outra mulher, pudesse estar caminhando ao lado de uma mulher que não era sua".
Começando por sua suposição envolvendo o fato de João ser visto com Maria na hora da crucificação, eu não diria que eles estivessem passeando juntos, mas sim que muitos irmãos e também o povo em geral estavam presentes àquela execução. Coisas assim sempre atraíam um grande público. Se o Senhor não entregou Maria aos cuidados de José é porque ele muito provavelmente já teria morrido, talvez até antes de Jesus dar início ao seu ministério.
Mas vamos ver se existem evidências de que Lázaro teria sido o "discípulo amado" da expressão mencionada algumas vezes nos evangelhos. Os doze que Jesus chamou são chamados discípulos nos evangelhos, embora muitos outros possam tê-lo seguido. "E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal." (Mt 10:1).
Eles também foram chamados de apóstolos, que significa "enviados", pois não eram apenas seguidores de Jesus, mas eram enviados por ele e receberam autoridade e poder que outros seguidores (como Lázaro) não tinham recebido. Nenhuma evidência há que Lázaro caminhasse com Jesus ou que tivesse saído com os outros em missão de anunciar o Reino. Ao contrário, Jesus o encontrava quando ia pousar em sua casa em Betânia.
"E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal. Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu; Simão o Zelote, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu." (Mt 10:1-4).
Quando Jesus ia a Betânia, o lugar de sua preferência para se hospedar na casa de Lázaro, ele levava consigo os doze que, obviamente iriam acabar encontrando Lázaro lá, este não fazia parte dos doze. "E Jesus entrou em Jerusalém, no templo, e, tendo visto tudo em redor, como fosse já tarde, saiu para Betânia com os doze." (Mc 11:11).
Você irá encontrar várias referências aos doze sendo chamados de discípulos, e eram apenas eles que estavam com o Senhor por ocasião da última Páscoa, ocasião também quando Jesus instituiu a ceia: "E, chegada a tarde, assentou-se à mesa com os doze." (Mt 26:20).
Agora vem a evidência final: Se Jesus estava apenas com os doze à mesa, e os doze são os que ele chamou no capítulo 10 de Mateus, o discípulo amado não poderia ter sido Lázaro. Eu acredito que só poderia ter sido João, pois em seu evangelho João usa da terceira pessoa para se referir ao discípulo amado. Esta é uma forma de linguagem que denota modéstia, a mesma que Paulo utilizou ao falar de sua subida ao terceiro céu. Voltando à cena da ceia, ali encontramos que:
"Um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus. Então Simão Pedro fez sinal a este, para que perguntasse quem era aquele de quem ele falava. E, inclinando-se ele sobre o peito de Jesus, disse-lhe: Senhor, quem é? Respondeu Jesus: É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado. Tomou, pois, um pedaço de pão e, tendo-o molhado, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. " (Jo 13:23-25).
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)