https://youtu.be/Na1xfjDzoJ4
Sua dúvida é por que razão seriam poucos os escolhidos, com parece ensinar a passagem de Mateus 22:14: "Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.". É bom ler o contexto todo, desde o versículo 1 do mesmo capítulo para entender. Esta é mais uma parábola do reino dos céus, e fala particularmente das bodas do Filho do Rei. Convites foram enviados, mas os convidados não quiseram comparecer, mesmo tendo sido avisados de que não precisariam trazer coisa alguma, pois tudo já estava preparado. Eles se recusaram e foram cuidar de seus próprios afazeres por acharem que eram mais importantes que atender ao convite do Rei.
"O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho; e enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes não quiseram vir. Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas. Eles, porém, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu tráfico; e os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram. E o rei, tendo notícia disto, encolerizou-se e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade." (Mt 22:2-7).
Estes são os judeus e assim foi seu comportamento enquanto Jesus andou aqui, quando "veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (Jo 1:11). O convite estava publicado, mas a oposição dos convidados era tamanha que até mataram alguns dos servos do Rei, e este reage enviando seus exércitos para destruírem a cidade. Esta destruição aconteceria no ano 70 da era cristã. A partir daí a mensagem é enviada aos que antes não tinham sido convidados, os gentios.
"Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes. E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados." (Mt 22:8-10).
Porém entre eles vem um que não estava vestido a caráter para a festa, o que demonstrava não conhecer o Rei e nem a honra que se devia ao Filho do Rei em suas núpcias. Era alguém alheio à dignidade da Pessoa ali presente. Repare que não diz se ele era mau ou bom, porque no versículo 10 diz que foram convidados "tanto maus como bons, e a festa nupcial foi cheia de convidados". Ele simplesmente não se alinhava ao que era exigido em termos de respeito e reconhecimento.
"E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu. Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes." (Mt 22:11-13).
Desde o início do capítulo o assunto é Israel e gentios, não necessariamente a Igreja. Mas como é uma similitude do reino dos céus, então vale para nós hoje quando o testemunho de Deus na terra, que inclui a Igreja, pois esta agora coincide com a esfera do reino. Mas não só a Igreja, como também todo o testemunho da cristandade, isto é, todos os que professam estar debaixo do senhorio de Cristo, mesmo que nunca tenham verdadeiramente crido nele, mas apenas passado por um batismo cristão e deixados de ser pagãos.
Portanto é bom lembrar que no reino — e na cristandade também — existe joio e trigo, e que a passagem não está falando necessariamente de salvação, mas de submissão aos ditames do Rei em seu reino. Repetindo, o hoje é a esfera daqueles que professam submissão ao Senhor, mesmo boa parte deles sendo falsos professos, ou seja, pessoas que não têm um coração genuíno para com o temor que se deve a Deus e a dignidade e reconhecimento ao seu Filho.
Mas em uma primeira instância a Parábola não fala de judeus e Igreja, mas de judeus e gentios, pois a Igreja era ainda um mistério nos evangelhos e só viria a ser revelada muito tempo depois ao apóstolo Paulo. Fica mais fácil de entender se lembrar que nas bodas do Cordeiro a Igreja será a Noiva, e não uma mera convidada.
F. B. Hole comenta:
A segunda parte da parábola, versos Mateus 22:11-14, mostra que, como sempre quando se refere ao serviço humano, o que não é genuíno pode entrar e permanecer por um tempo. Ao não aceitar o traje de casamento, o homem se recusou a honrar o filho do rei. Quando o rei chegou ele foi detectado e entregue ao seu verdadeiro lugar nas trevas exteriores. A presença Divina irá desmascarar tudo o que é falso e desvendar tudo. Vimos isso em Mateus 13:1-58 e veremos novamente em Mateus 25:1-46. - F. B. Hole
J. N. Darby comenta:
No capítulo 22 é mostrada a conduta deles em relação aos convites da graça. A parábola é, portanto, uma semelhança do reino dos céus. O propósito de Deus é honrar o Seu Filho celebrando o Seu casamento. Primeiro de tudo os judeus, já convidados, são insistentemente convocados para a festa de casamento, pois não viriam se fossem apenas convidados. Isso foi feito durante o período da vida de Cristo aqui. Depois, estando tudo pronto, Ele envia novamente mensageiros para induzi-los a vir. Esta é a missão dos apóstolos para a nação, quando a obra da redenção foi realizada. Ou os judeus desprezam a mensagem ou matam os mensageiros. O resultado é a destruição daqueles homens perversos e de sua cidade. Essa é a destruição que caiu sobre Jerusalém.
Com a rejeição de Israel ao convite, os destituídos, os gentios, aqueles que estavam do lado de fora, são trazidos para a festa, e o casamento fica cheio de convidados. Outra coisa é agora apresentada. É verdade que nós vimos o julgamento de Jerusalém nesta parábola, mas, como é uma semelhança do reino, temos o julgamento daquilo que está dentro do reino também. Deve haver aptidão para a ocasião. Para uma festa de casamento deve-se vestir uma roupa de casamento. Se Cristo é para ser glorificado, tudo deve estar de acordo com a Sua glória. Pode haver uma entrada exterior no reino — uma profissão do cristianismo —, mas aquele que não estiver vestido da maneira adequada à festa será expulso. Devemos estar vestidos com o próprio Cristo.
Por outro lado, tudo está preparado - nada é necessário. Não cabia ao convidado trazer algo; o Rei forneceu tudo. Mas devemos estar imbuídos do espírito daquilo que é feito. Se havia um senso comum de qual seria a roupa mais adequada a uma festa de casamento, a falta de uma roupa assim certamente seria sentida. Não havendo isso, a honra devida ao Filho do Rei teria sido esquecida. Estando com seu coração alheio a isso, aquele homem será considerado assim pelo julgamento do Rei quando este tomar conhecimento dos convidados que entraram.
Assim também a graça foi mostrada a Israel, e eles são julgados por recusarem o convite do grande Rei ao casamento de Seu Filho. E então o abuso desta graça por aqueles que parecem aceitá-la também é julgado. A entrada dos gentios é declarada. Aqui conclui a história do julgamento de Israel em geral e do caráter que o reino assumiria. - J. N. Darby
http://www.3minutos.net/2008/12/86-festa-de-casamento.html
http://www.3minutos.net/2008/12/87-traje-rigor.html
https://manjarcelestial.blogspot.com/2016/06/o-amor-de-deus-limitado-universal-ou.html
https://www.respondi.com.br/2017/03/quem-era-o-vulgo-que-saiu-do-egito.html
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)