https://youtu.be/LYSzw9eVFIc
Você escreveu, dizendo: "Vi que você vende livros evangélicos. Por que você vende livros evangélicos, se na palavra de Deus diz que não se pode vender a palavra de Deus no sentido de lucrar? Ali diz que recebeu de graça, dai de graça. Nenhum apóstolo ou evangelista ou pregador vendeu a palavra de Deus.".
O versículo que citou é "de graça recebestes, de graça dai" (Mt 10:8) e o contexto não é exatamente o de livros, mas do exercício do poder que os discípulos haviam recebido do Senhor. Leia o texto inteiro e verá que o versículo estava falando de não cobrar para curar enfermos, limpar leprosos, ressuscitar mortos, expulsar demônios, além pregar.
Mas o contexto de Mateus 10:7-14 fala de muitas outras coisas que eu e você fazemos, como levar dinheiro na viagem, duas túnicas ou dois calçados e comida. Eles deviam depender exclusivamente da boa vontade dos judeus por onde passassem, e naquela missão eles foram proibidos de ir aos gentios. O Senhor ordenou explicitamente que cumprissem aquelas instruções, e era uma ordem direta e especial para os discípulos naquela missão.
"Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; e, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos, nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o operário do seu alimento. E, em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela seja digno, e hospedai-vos aí, até que vos retireis. E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a; e, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz. E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés." (Mt 10:5-14).
Aquilo também serviria de teste para ver se o povo judeu estava aberto a receber o reino, o que obviamente ficou demonstrado que não. Repare que até a reação que deviam ter caso não fossem bem recebidos era de desagravo, como sacudir "o pó dos vossos pés" (Mt 10:14), algo não apropriado para um cristão. Eles ali não eram ainda Igreja, eram judeus representando Israel e anunciando o Reino de Deus.
Depois o próprio Senhor iria reverter algumas daquelas ordens para quando viajassem, pois já não estariam no mesmo caráter do início do ministério: "E disse-lhes: Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou alparcas, faltou-vos porventura alguma coisa? Eles responderam: Nada. Disse-lhes pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e, o que não tem espada, venda a sua capa e compre-a." (Lc 22:35-36).
É importante entender o caráter dos evangelhos e também os diferentes momentos e instruções do Senhor para não misturar as coisas. Aos curados ele dizia para se apresentarem ao sacerdote no templo, e se você tentar fazer isso hoje você terá de viajar a Jerusalém, mas não vai encontrar nem sacerdote nem templo, pois não existem mais.
Mas certamente continua sendo um erro cobrar para pregar o evangelho. Assim era com eles que pregavam o evangelho do reino, e assim é conosco que pregamos o evangelho da graça. Mesmo assim, a ordem "de graça recebestes, de graça dai" certamente não se aplica a um livro convencional, e vou explicar a razão.
Ao seu conteúdo entendo que possa ser aplicado, e é por isso que nenhum de meus livros de conteúdo bíblico tem seu conteúdo vendido. Você pode baixar qualquer um deles de graça em formato e-book, e abri mão de receber direitos autorais no caso do livro impresso.
Porém você me dirá que meus livros impressos mesmo assim estão sendo vendidos, e eu gostaria muito que não fossem vendidos, mas vou esperar que algum dia o versículo "de graça recebestes, de graça dai" se aplique também ao papel, tinta, impressora, gráfica, serviços de editoração, capa, distribuição etc. Por enquanto não recebi essas coisas de graça, e elas são essenciais na produção de um livro impresso. Se tiver uma dica sou todo ouvidos.
Em alguns lugares talvez encontre até meus livros em formato digital sendo vendidos, e isso acontece porque algumas editoras ou livrarias têm um custo para manter o material disponível na Web. Neste caso, dependendo da editora ou distribuidora, eu não recebo nada pelo texto, mas outras não permitem que eu coloque "zero" direitos autorais, e aí tenho de colocar um valor mínimo.
Mas eu mesmo para o material digital que eu mesmo publico em meus sites, vídeos e podcasts acredito que teria justificação para cobrar por ele, pois para manter os serviços de Internet e desenvolvimento e hospedagem de aplicativo eu pago mensalidades. Além da hospedagem de meus sites, é o caso também para os serviços de aplicativo e podcast que contrato.
Porém o Senhor tem provido suficiente fundos por meio de meu trabalho de palestrante e consultor empresarial, e então eu "deixo barato", não cobro nada para as pessoas baixarem meu aplicativo de "O Evangelho em 3 Minutos", meus e-books, vídeos e podcasts.
Mas os livros impressos você terá de continuar pagando para adquiri-los, caso queira usá-los para presentear pessoas que pretende alcançar com o evangelho e a sã doutrina e não possuem dispositivos, experiência ou costume de ler em formato digital. Mas a editora terá de cobrar pelo papel, tinta, impressão, distribuição etc.
Espero que seja esta sua preocupação, e se era apenas este o impedimento para você adquirir, pode ficar sossegado, pois se comprar meus livros em formato impresso eu não receberei um centavo sequer (a menos que sejam meus livros de negócios, marketing etc.). Sugiro que compre os da série "O Evangelho em 3 Minutos" para evangelizar incrédulos e os volumes de "O que respondi" para esclarecer dúvidas de crentes. Eles estão disponíveis no Clube de Autores e também na Amazon, que entrega nas Américas, Europa e Japão.
Ah, um detalhe: Se prestar atenção verá que meus vídeos bíblicos no Youtube não estão inscritos no AdSense, o que significa que também não ganho dinheiro com eles. Poderia até ganhar, já que o espectador continuaria assistindo de graça, e até daria um bom dinheiro considerando que, somando os canais do "Evangelho em 3 Minutos" e "O que respondi" tenho mais de trezentos mil inscritos e milhões de views. Mas também preferi deixar sem propaganda para não desviar a atenção dos espectadores.
Agora aqui vai uma dica para você que parece estar sinceramente preocupado com aqueles que, "movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias" (2 Pe 2:3). Em Mateus 13 Palavra de Deus emitiu um alerta contra as aves que se aninhariam nos galhos da grande árvore de mostarda da cristandade, os mesmos agentes de Satanás que roubam as sementes que cairiam à beira do caminho, e serão desalojados dos ramos de Babilônia, que será "esconderijo de toda ave imunda e odiável" (Ap 18:2).
Se encontrar um canal que se diz cristão, mas só publica vídeos de teorias conspiratórias e coisas chocantes e sensacionalistas, pode apostar que o objetivo não é evangelizar ou glorificar o nome do Senhor, mas gerar tráfego para ganhar dinheiro. Como se diz no jornalismo, "Se não sangrar, não vende".
Espero ter respondido sua dúvida e talvez se você já fizer um trabalho semelhante ou pretender fazer, poderá me ensinar como resolver a questão dos livros impressos e conseguir de graça papel, tinta, impressão, distribuição etc. para "de graça dar, de graça receber".
Veja agora:
Você ganha dinheiro pregando o evangelho na Internet?
Posso pedir dinheiro para a obra do evangelho?
As Bíblias deveriam ser grátis?
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)