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Por que a mulher deve guardar a lei se não estamos mais na Lei?



https://youtu.be/pLH8W-oQu7E

Você escreveu surpreso que Paulo tivesse ordenado que a mulher permanecesse calada na igreja, e isso para atender à lei. A passagem é esta: "As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei... Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor." (1 Co 14:34, 37).

Quando vivemos numa época de inversão de valores não faltarão argumentos para deixarmos de obedecer o que diz a Palavra de Deus. Em nossa sociedade o cidadão quer mandar no policial, o empregado no patrão, o aluno na professora, o filho nos pais. Então não é de surpreender que alguns busquem na Bíblia subsídios para perverter a ordem estabelecida por Deus.

Pode me chamar de machista se quiser, mas a ordem dada por Deus para a mulher ser submissa ao marido e ter certas restrições, como o falar na igreja, foi dada para proteger a mulher e ela vale desde o jardim do Éden, quando a mulher caiu na conversa de Satanás. Adão não foi enganado, mas a mulher sim, e ao ir na conversa do diabo ela permitiu um momento de amizade com ele, o que Deus precisou reverter de maneira drástica transformando isso em inimizade. Desde então a mulher é o alvo preferido do inimigo.

"Então o Senhor Deus disse à serpente... Porei inimizade entre ti e a mulher... Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão... Vós, maridos, coabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco" (Gn 3:14; 1 Tm 2:13; 1 Pe 3:7).

Não se pode querer anular o versículo de 1 Coríntios 14:34, que ordena que as mulheres fiquem caladas na igreja e que "estejam sujeitas, como também ordena a lei", usando o fato de não estarmos mais sob a Lei. Isso nem sequer passa no teste da continuação da passagem que diz que essa ordem é "mandamento do Senhor". O fato de não estarmos mais debaixo da Lei não significa que ficamos isentos de todas as leis, ordens e mandamentos encontrados na Palavra.

Até mesmo a Lei dada por intermédio de Moisés, se não vale para nós em sua letra como meio de justificação, vale na forma de princípios para entendermos o que é ou não agradável a Deus. Ora, se essa alegação de não estarmos sob a Lei valesse, nem os Coríntios deveriam ter recebido tal ordem, porque eram tão cristãos salvos por graça quanto nós.

A questão é que o termo "lei" nem sempre se refere à Lei dada a Moisés. Vivemos em conformidade com muitas leis, quer queiramos ou não. Existem leis que regem o universo, e se eu quiser desconsiderar isso e pular pela janela de meu apartamento vou descobrir da pior maneira possível que a lei da gravidade continua em vigor.

Ao criar Adão e Eva em Gênesis Deus estabeleceu a Lei da monogamia, a união de dois gêneros distintos, um homem e uma mulher, macho e fêmea, depois sancionada por Jesus nos Evangelhos: "Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea.  Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, e serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne." (Mc 10:6-8).

Isso incluía a lei da indissolubilidade do matrimônio — um homem e uma mulher —, exceto em caso de morte ou adultério de um dos cônjuges, o que foi detalhado mais tarde nos evangelhos e nas epístolas. Esta lei continua valendo, apesar de os homens instituírem suas próprias leis muitas vezes contrariando o que Deus determinou. Foi um descendente de Caim o primeiro a transgredir essa lei, seguido depois pelos patriarcas: "E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá." (Gn 4:19). Na versão de Lameque do que Deus disse ficaria assim: "e serão os três uma só carne".

Foi só mais tarde que, ao confiarem em seus próprios raciocínios, os seres humanos criaram a união de pessoas de mesmo gênero, que Deus considera abominação. A primeira menção explícita do pecado do homossexualismo aparece no capítulo 19 de Gênesis e sua consequência foi a destruição de duas cidades, Sodoma e Gomorra. Paulo explica esse processo em sua carta aos Romanos:

"Em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos... Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza." (Rm 1:21-27).

Repare que tudo isso veio como resultado de "seus discursos" ou "seus próprios raciocínios", como diz outra versão. Quando queremos seguir nossas ideias, ao invés de seguirmos as leis, mandamentos e regras estabelecidas por Deus, ele nos entrega as "concupiscências" ou desejos extremados de nosso coração, um depósito no qual só existem coisas ruins. "Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias." (Mt 15:19). Ai de nós quando Deus nos abandona "às concupiscências" ou desejos de nosso coração e "às paixões infames" que este produz!

É o caso da lei do homicídio, que fica claro ter sido transgredida por Caim e exigir punição, e depois foi melhor elaborada quando Deus deu outra lei, a do governo do homem pelo homem.

"Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo o animal o requererei; como também da mão do homem, e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem." (Gn 9:5-6).

Ali o Senhor não só dava maior definição à lei que depois seria incluída na que Moisés recebeu — "Não matarás" — como estabelecia o governo do homem pelo homem, dando ao governante autoridade de vida e morte sobre quem cometesse homicídio. Esta lei nunca foi revogada, apesar de os homens se considerarem mais sábios que Deus ao excluírem de suas leis a pena capital para o homicida. Se você aprova a prática do aborto é bom lembrar que tirar uma vida continua a ser crime aos olhos de Deus, independente de essa vida ter minutos ou cem anos de existência. É derramar sangue mesmo assim.

Na mesma ocasião em que Deus determinou a sentença de morte para quem matasse outro ser humano, ele também deu outra ordem ou "lei" que contrariava a dieta dada antes da entrada do pecado na humanidade, passando a incluir carne em sua dieta. A partir daí Deus colocou pavor no instinto dos animais para fugirem dos seres humanos para não serem comidos. "E o temor de vós e o pavor de vós virão sobre todo o animal da terra, e sobre toda a ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra, e todos os peixes do mar, nas vossas mãos são entregues. Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado como a erva verde." (Gn 9:2-3).

No princípio Deus estabeleceu também a lei do trabalho como forma de sustento, e isso é corroborado pelos apóstolos. "E tomou o Senhor Deus o homem, e o pós no jardim do Éden para o lavrar e o guardar... Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também." (Gn 2:15; 2 Tm 3:10). Alguns erroneamente pensam que Deus tenha amaldiçoado o trabalho, mas o que Deus amaldiçoou foi a terra, dificultando assim o trabalho do homem: "Maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão." (Gn 3:17-19).

Como você pode ver vivemos guiados por leis e regras antes mesmo de a Lei ter sido dada aos hebreus por intermédio de anjos a Moisés. E dentre essas leis, acredito que Paulo estivesse falando de uma específica que estabeleceu a sujeição da mulher ao seu marido tão logo o pecado entrou na humanidade. Apesar de não encontrarmos mulheres no serviço ativo do Templo dado aos israelitas como o lugar de adoração, acredito que essa ordem tenha sido a do princípio. Como já disse, isto foi uma forma de proteger a mulher, que o Espírito Santo por meio de Pedro chamou de "o vaso mais fraco" (1 Pe 3:7), de seu agora arqui-inimigo Satanás. Veja a passagem:

"E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará." (Gn 3:16).

por Mario Persona


Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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