https://youtu.be/5sRckDFfDzc
Você escreveu dizendo que ouviu alguém dizer em um vídeo que Sansão teria se suicidado, justificando assim o suicídio de uma pessoa. Não, tal ideia é absurda e irresponsável. Sansão não se suicidou, ele se sacrificou a si mesmo para salvar seu povo. Neste sentido ele é uma figura de Cristo morrendo na cruz, não para se suicidar (considerando que ele poderia ter descido dali) mas para nos salvar. Veja a passagem:
"Então disse Sansão ao moço que o tinha pela mão: Guia-me para que apalpe as colunas em que se sustém a casa, para que me encoste a elas. Ora estava a casa cheia de homens e mulheres; e também ali estavam todos os príncipes dos filisteus; e sobre o telhado havia uns três mil homens e mulheres, que estavam vendo Sansão brincar. Então Sansão clamou ao Senhor, e disse: Senhor Deus, peço-te que te lembres de mim, e fortalece-me agora só esta vez, ó Deus, para que de uma vez me vingue dos filisteus, pelos meus dois olhos. Abraçou-se, pois, Sansão com as duas colunas do meio, em que se sustinha a casa, e arrimou-se sobre elas, com a sua mão direita numa, e com a sua esquerda na outra. E disse Sansão: Morra eu com os filisteus. E inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela havia; e foram mais os mortos que matou na sua morte do que os que matara em sua vida. Então seus irmãos desceram, e toda a casa de seu pai, e tomaram-no, e subiram com ele, e sepultaram-no entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai." (Jz 16:26-31).
O motivo da morte ou auto sacrifício de Sansão é bem explicado na passagem em que ele é colocado entre outros heróis da fé do Antigo Testamento. Eles praticaram seus atos tendo em vista o bem de seu povo, e não algum desejo mesquinho e egoísta de se livrarem dos problemas desta vida ou por terem sofrido uma decepção por seus planos não terem dado certo, como foi o caso de Judas.
"E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas, os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos." (Hb 11:32-34).
Dizer que um suicida estaria praticando o mesmo ato que Sansão praticou é não entender que Sansão não morreu em um ato egoísta de querer se livrar de seus problemas, mas em um ato altruísta por pensar mais nos outros do que em si mesmo. O mesmo vale para Jesus. O que Sansão fez pode ser descrito nas palavras de Jesus: "Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos." (Jo 15:13).
Alguém que queira comparar a morte de Sansão com um suicídio está sendo irresponsável ao incentivar tal prática e encorajar alguém que acabará achando que pode morrer como um herói, como Sansão, quando o que fará é morrer como covarde.
A verdade é que o suicida nem sequer pensa nos danos que poderá causar com sua morte, seja em sua família ou em terceiros. Eu não me surpreenderia de algum caso em que uma mãe tenha sofrido um ataque cardíaco e morrido ao saber da morte de um filho. Neste caso o suicida terá tirado a vida sua e de sua mãe, portanto nada de benéfico pode ter saído de seu ato.
Pense em alguém que salta de um prédio ou de uma ponte e caia sobre outra pessoa que passava por ali matando-a também. Ou de alguém que se mata com um tiro em circunstâncias que a polícia não consegue identificar suicídio e acaba prendendo e condenando um suspeito pelo crime. O mesmo vale para os que se suicidam em rodovias jogando-se na frente de carros ou caminhões e acabam matando motoristas inocentes que tentam desviar.
Alguém que se joga na frente de um trem pode causar ferimentos em passageiros pela freada brusca ou até um descarrilamento com vítimas. Mas houve um caso no Japão em que um homem, quando percebeu que o trenzinho de montanha tinha perdido o freio, saltou na frente das rodas para provocar um descarrilamento e salvar os passageiros às custas da própria vida. Não foi suicídio, foi sacrifício. Um soldado que salta sobre uma granada para com seu corpo amortecer a explosão não está se suicidando, está dando sua vida para salvar seus companheiros.
Enfim, nada de bom ou positivo pode ser obtido de um suicídio, mas só tristeza, morte e dor, e não venha alguém dizer que Sansão foi um suicida só para justificar o suicídio de alguém ou passar a mão na cabeça de quem está cogitando tal ato, porque isso é um engano tremendo. Alguns podem argumentar tipo "a vida é minha e faço o que bem entender com ela", mas não é assim. A vida pertence a Deus e querer tirar a vida é como querer vender um carro alugado. Ele não lhe pertence e seria um crime não devolvê-lo à locadora. E se estivermos falando de cristãos, pessoas que foram resgatadas por um altíssimo preço, como alguém poderia tratar levianamente um tema de tamanha gravidade?
Veja se você consegue encontrar o seu nome neste versículo, como agente ou coadjuvante no processo de dar ou tirar a vida: "O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela." (1 Sm 2:6). Não conseguiu? Então o assunto "vida" claramente não lhe diz respeito quando a questão for dá-la ou tirá-la. Além disso é preciso lembrar que suicídio é um homicídio.
"E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele." (1 Jo 3:15).
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)