https://youtu.be/6d9ibStiuEU
Depois de assistir o vídeo com o título "Sansão teria cometido suicídio?" você me escreveu com a intenção de corrigir meu uso dos termos "crime" e "homicídio", alegando que a prática do suicídio não é punível, ou seja, não é crime, pois não há possibilidade de aplicar pena àquele que se suicidou, já que no caso ele é a vítima. Segundo você, o que é punível pela legislação é a participação, conforme consta do artigo 122 do Código Penal. Você também disse que suicídio não seria equivalente ao crime de homicídio.
Quando eu disse a palavra "crime" bem no final da gravação achei mesmo que alguém iria me corrigir, e devo informar que a palavra "crime" nem estava em meu texto original. Você tem toda razão e talvez eu devesse ter dito "crime aos olhos de Deus", porque o assunto ali tem tudo a ver com Deus e não com a lei dos homens e o Código Penal brasileiro.
O mesmo raciocínio vale para homicídio, que na legislação brasileira tem até distinções entre homicídio simples, culposo, qualificado e privilegiado, dependendo das circunstâncias. Mas aos olhos de Deus tirar uma vida é homicídio porque a vida pertence a Deus. É claro que também podemos fazer distinção entre homicida e homicida, pois Deus também faz. Por isso ele providenciou para que existissem cidades de refúgio onde poderiam se abrigar aqueles que tivessem causado a morte de alguém por acidente. Nelas eles estariam protegidos contra os familiares do morto que buscassem vingança.
Mas a passagem que citei me referindo ao suicida como um homicida tem uma abrangência muito maior, servindo até para quem nunca matou literalmente uma pessoa, pois ela inclui o ódio contra um irmão. "Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele." (1 Jo 3:15). Um suicida, penso eu, poderia ser acusado desse ódio, pois atenta contra a própria vida, algo que até animais não costumam fazer. A autolesão ou automutilação, que ataca o próprio corpo, pode estar a um passo de um suicídio latente.
Então acredito que é sempre útil estar atento às distinções entre o que é mal para os homens e o que é mal para Deus. Por exemplo, a Bíblia deixa claro que matar numa guerra ou no cumprimento do dever não tem o mesmo significado de assassinar alguém. O mandamento "Não matarás" está falando claramente de assassinar, uma vez que Deus não iria se contradizer ordenando depois a guerra contra os inimigos de Israel.
Outro exemplo: Aborto é crime? Depende do país e das circunstâncias. Em alguns países é crime, no Brasil depende, e em outros não é crime e até movimenta uma grande indústria de clínicas, medicamentos e tratamentos médicos e psiquiátricos para tratar das sequelas pós aborto. Mas será que o aborto é crime aos olhos de Deus? Sim,e continuará sendo mesmo que seja apagado do Código Penal. "O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela." (1 Sm 2:6).
Aproveito para esclarecer que quando falo de suicídio em meus textos e vídeos eu falo aos vivos, não aos mortos. Para quem perdeu alguém só digo para confiar que Deus é justo e só ele poderá dizer quem foi ou não salvo. Uma pessoa que num momento de desespero ou insanidade salte de um prédio, se enforque ou atire em si mesma pode ter ainda segundos de vida e consciência nos quais só Deus sabe o que se passou nessa alma.
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)