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Devo parar de falar de religião em casa?



https://youtu.be/cIiniwaY9yg

Você conta que seu marido lhe disse para falar de religião, Cristo, salvação e coisas relacionadas à Bíblia dentro de casa, pois ele considera essa insistência irritante. Você diz que ele não odeia cristãos, mas apenas não gosta quando insistem em falar de religião com ele. Então vem sua dúvida: "O que fazer? Acaso nós, cristãos, não deveríamos falar de Cristo a todos? Meu marido também disse para eu parar de convidar irmãos da igreja para virem à nossa casa".

Considerando que ele não proibiu você de falar de Cristo de um modo geral, mas apenas para de insistir com ele em casa que tenha a mesma fé que tem, minha solução para isso é também a solução bíblica: Obedeça a seu marido. Um irmão costumava dizer: "Pregue o evangelho e se precisar use palavras". Veja o que a Bíblia diz para uma esposa sobre o assunto:

"Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra; considerando a vossa vida casta, em temor." (1 Pe 3:1-2).

Viu aí? "Sem palavra". Seu marido já ouviu o evangelho, então ele agora precisa enxergar em você essa pregação na vida prática, e você deve deixar o Espírito Santo agir. Não somos nós que convencemos alguém; nós apenas entregamos a mensagem. Quem convence é o Espírito Santo. Portanto volto a dizer que você deve obedecer a seu marido. Aos efésios Paulo escreveu:

"As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido." (Ef 5:22-24).

Se você frequenta uma denominação pentecostal com aquele tipo de gente prepotente que quando vai à casa de outras pessoas já quer tomar conta, fazendo orações em voz alta, fingindo falar em línguas e dando "profetadas" para todo lado, tentando enfiar o evangelho goela abaixo no dono da casa, o melhor mesmo é fazer o que o seu marido ordena. Um irmão costumava dizer que "tendo o pentecostalismo como amigo, o cristianismo não precisa de inimigos", tamanho o estrago que esse movimento tem causado ao testemunho cristão.

Tenho uma experiência pessoal a este respeito. Minha mãe, que já era convertida a Cristo, estava em estado terminal, morrendo de um câncer que tinha se espalhado pelos ossos, pulmões e outros órgãos. Ela tinha até um dispensador de morfina implantado em seu corpo, pois as dores eram muito fortes. Na véspera de partir para estar com o Senhor um grupo de pessoas da igreja pentecostal que sua empregada frequentava foi até lá dizendo querer orar pela cura de minha mãe.

Não deixei entrarem no quarto, pois ela já estava nos seus únicos momentos de vida e eu e minhas irmãs preferíamos que ela partisse em paz para se encontrar com seu Senhor. Eu sabia que se eles entrassem no quarto iriam armar aquele circo de gritarias e palavras sem sentido que chamam de oração, e aquilo só iria atormentar minha mãe. Ela estava acostumada a congregar somente ao nome do Senhor, onde tudo é feito "decentemente e com ordem" (1 Co 14:40), e enquanto um ora os outros escutam em silêncio, entendem as palavras que são ditas, e respeitosamente dizem o "Amém" apenas no final.

Então o líder do grupo quis discutir comigo numa atitude prepotente alegando que Deus podia curá-la, que eu precisava ter fé, que enquanto há vida há esperança e coisa e tal, como se a morte de um crente acabasse com toda a esperança. Aí tive a certeza de que não devia mesmo deixá-los entrar. No dia seguinte minha mãe partiria para estar com o Senhor.

Lembrei-me de quando meu avô, pai de minha mãe, estava numa cama com câncer no estômago e uma abertura no abdômen por onde entrava o alimento e medicamentos. Visitado por um grupo da congregação da empregada, foi obrigado a escutar daqueles homens sem um mínimo de piedade que ele estava destinado ao inferno se não fosse batizado por imersão na congregação deles. Como alguém com um mínimo de neurônios funcionando poderia cogitar colocar um doente com uma abertura no abdômen num tanque de água contaminada?

Fico pasmo quando vejo esses religiosos que não aceitam a morte de um santo, quando a Palavra de Deus diz que "Preciosa é aos olhos do Senhora morte dos seus santos" (Sl 116:15), e Paulo escreveu "Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor." (Fp 1:23). A ideia de se buscar a cura a qualquer custo tem levado muitos à decepção, principalmente onde há "profetadas" do tipo "O Espírito está me dizendo que tua enfermidade já foi curada...".

A morte do corpo faz parte do processo da vida nesta terra arruinada pelo pecado, mas para o crente ela é uma serva que o leva mais rapidamente para a presença do Senhor. A morte só deveria aterrorizar os que nunca creram em Cristo, pois "ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão." (Hb 2:15).

Essa compulsão por saúde perene não é bíblica. Quando nos Evangelhos é dito que Jesus levava sobre si as enfermidades dos que curava, ali mesmo é explicado o caráter muito particular daquilo que era o cumprimento da profecia para comprovar as credenciais do Messias. "Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças." (Mt 8:17).

As maravilhas operadas por Deus desde o Antigo Testamento sempre tinham por objetivo chamar a atenção para um evento momentoso e extraordinário, como a libertação dos hebreus da escravidão egípcia. No Novo Testamento as curas não apenas serviam de sinais para anunciar que Deus havia enviado seu Filho para salvar, como também depois, quando a Igreja foi formada, serviriam para provar que Deus iniciava algo novo no mundo.

Porém aquelas curas, sinais e maravilhas sempre cessavam após algum tempo, do mesmo modo como nada neste mundo fica em estado permanente de inauguração, com banda de música, fogos de artifício e bandeirolas. Hoje, quando os judeus decidem viajar a outro país, eles não ficam parados na praia esperando o mar se abrir. Eles embarcam num navio.

Paulo, que foi usado para curar multidões, depois deixaria "Trófimo doente em Mileto" (2 Tm 4:20) e receitaria um remédio caseiro para Timóteo: "Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades." (1 Tm 5:23). Isso vai na contra-mão de muitos pentecostais que vivem a repreender a enfermidade e a fazer falsas afirmaçõs de cura. Quando isto não acontece, acusam o doente de falta de fé.

Isso muitas vezes é feito por um pregador obeso, com altas taxas de colesterol e açúcar no sangue, que usa óculos e dentadura ou tem cáries nos dentes, além de sofrer de caspa no couro cabeludo e frieiras nos pés. Ou seja, enfermo da cabeça aos pés. A um pentecostal que me escreveu afirmando que um crente verdadeiro nunca adoece eu perguntei se ele sofria de alguma dessas enfermidades. Ele nunca respondeu.

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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