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Deixar de congregar por causa do coronavírus é falta de fé?



https://youtu.be/2-UeOHaj4iA

Deixar de congregar por causa da pandemia de coronavírus não é falta de fé, é bom senso e bom testemunho diante dos incrédulos. Isto porque algo assim é feito em consideração ao bem estar e à saúde das outras pessoas, e não apenas para cumprir ordens governamentais. É claro que devemos acatar as recomendações do governo e da saúde e suspender as reuniões, mas isto é porque continuar com elas seria colocar em risco muitas pessoas, então devemos prezar pela vida humana.

A situação de pandemia é diferente daquilo que aconteceu em toda a história da cristandade e ainda acontece de países que proíbem reuniões ou evangelização por questões políticas ou religiosas. Nestes casos os cristãos se reúnem escondidos, contrariamente às decisões das autoridades, como faziam os cristãos do primeiro século nas catacumbas. Neste caso devemos obedecer antes a Deus do que aos homens:

"E, trazendo-os, os apresentaram ao conselho. E o sumo sacerdote os interrogou, dizendo: Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina, e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens." (At 5:27-29).

Mas uma epidemia é diferente, é como o governo interditar o local de reunião porque o telhado está infestado de cupim e pode ruir a qualquer momento e matar pessoas, ou as autoridades sanitárias terem detectado uma infestação de escorpiões no local. Você acha que teria sido sensato se os cristãos de Pripyat, na Ucrânia, tivessem enfrentado as autoridades e buscado na justiça uma liminar para não abandonarem a cidade vizinha a Chernobyl e continuar congregando normalmente? A cidade está contaminada até hoje. Insistir em continuar reunindo naquelas condições seria querer tentar a Deus, seria como ouvir Satanás dizer, igual disse a Jesus:

"Lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem, e que te sustenham nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra." (Lc 4:9-11).

Ao insistir em continuar reunindo em um estado de alerta de interdição por risco de contaminação ou contágio, principalmente ao saber que você poderá contaminar alguém com o coronavírus e essa pessoa não ter sequer atendimento médico por colapso dos sistemas de saúde, é uma irresponsabilidade muito grande e falta de amor. "Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado." (Tg 4:17).

Alguém poderia alegar que pessoas de fé não temem isso acontecer, mas "Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus" (Rm 14:22). Fé é um exercício pessoal e eu não posso querer que a pessoa sentada ao meu lado pegue carona na minha fé para não adoecer. Além disso, quando o mundo todo está apreensivo e as autoridades pedindo para as pessoas ficarem em isolamento, não apenas para a própria segurança, mas principalmente para não serem causadoras da morte dos mais idosos, contrariar isso é um péssimo testemunho para com os incrédulos.

Se até os incrédulos hoje estão agindo com cautela por respeito ao próximo, por que os cristãos iriam agir diferente? Deveriam eles agir como os jovens que, contrariando o toque de recolher, andaram promovendo festas rave ou pastores gulosos de ofertas que mantiveram abertas suas igrejas aglomerando multidões? Em 1 Coríntios 5 Paulo repreendeu os irmãos daquela cidade porque estavam aceitando fazer coisas que nem os incrédulos admitiam. Lá o assunto era imoralidade, mas serve também para qualquer coisa que nos leve a desrespeitar a moral, os bons costumes e principalmente a saúde do próximo.

Li o argumento de um pastor americano de que iria manter sua igreja aberta porque as pessoas precisam ir ali escutar o evangelho. Será que ele nunca reparou que Jesus disse "Ide, e pregai o evangelho" e não "Vinde, e escutai o evangelho". O que prega deve ir ao encontro do pecador perdido e não o contrário. Cristãos congregam não para pregar o Evangelho, mas para adorar a Deus, é uma atividade na vertical entre homens e Deus que é feita de forma presencial. Evangelização é horizontal, de homem para homem, de um para um ou de um para muitos. E hoje temos tecnologia suficiente para fazer isso remotamente..

Vale lembrar que a gravidade da epidemia na Coreia do Sul se deu principalmente por uma igreja ter desprezado o perigo e continuado com seus templos lotados, tornando-se assim o epicentro da doença naquele país. Milhares foram contaminados e saíram dali contaminando outros. Depois a polícia ainda precisou fechar duas outras igrejas cujos pastores desobedeceram as recomendações governamentais e continuaram a promover cultos, em uma delas com o pastor e a esposa doentes do coronavírus e escondendo a doença de seus seguidores.

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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Esclarecimentos: O conteúdo deste blog traz respostas a perguntas de correspondentes, portanto as afirmações feitas aqui podem não se aplicar a outras pessoas e situações. Algumas respostas foram construídas a partir da reunião das dúvidas de mais de um correspondente. O objetivo é apenas mostrar o que a Bíblia diz a respeito das questões levantadas, e não sugerir qualquer ingerência de cristãos na política e na sociedade, no sentido de exigir que as pessoas sigam os preceitos bíblicos. O autor é favorável à livre expressão e, ainda que seu entendimento da Bíblia possa conflitar com a opinião de alguns, defende o respeito às pessoas de diferentes crenças e estilos de vida. Aqui são discutidas ideias e julgadas doutrinas, não pessoas. A opção "Comentários" foi desligada, não por causa das opiniões contrárias, mas de opiniões que pareciam favoráveis mas que tinham o objetivo ofender pessoas ou fazer propaganda de alguma igreja ou religião, induzindo os leitores ao erro.

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