https://youtu.be/LaveICOB_7Y
Depois do que eu disse sobre as penalidades bíblicas para crimes como estupro e assassinato de inocentes, você escreveu perguntando como seria se vivêssemos em um país onde a ordem dada por Deus fosse aplicada. A resposta simples e direta é que, em um país onde a legislação seguisse as determinações divinas, o inocente não seria condenado à morte, mas os culpados sim, porém o aborto é o ato de condenar um inocente pelo crime de outro. Se o mundo adotasse a ordem que Deus estabeleceu o estuprador seria morto por seu crime, e também os pais da menina grávida que tivessem autorizado a interrupção da gravidez. Também seriam penalizados os médicos e enfermeiros envolvidos no homicídio.
Mas infelizmente vivemos em uma sociedade embriagada com inversão dos valores divinos, como descreveu o profeta Isaías: "Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e prudentes diante de si mesmos! Ai dos que são poderosos para beber vinho, e homens de poder para misturar bebida forte; dos que justificam ao ímpio por suborno, e aos justos negam a justiça!" (Is 5:20-23).
O que a Bíblia diz sobre punir com a morte os culpados pela morte de uma criança não deveria ser visto com estranheza, já que em alguns países a prática do aborto foi durante muitos anos considerada crime punido com a morte da mãe, do médico, da enfermeira e prisão de quem transportasse a mãe até o local do aborto. Nos Estados Unidos existem leis rigorosas em mais de trinta estados, onde o aborto é considerado crime em qualquer circunstância. Não faz muito tempo também ali o aborto era crime passível de pena de morte.
Mas essas leis têm sido atenuadas e serão cada vez mais com os movimentos pró-aborto vencendo os movimentos pró-vida, que acabarão por se tornar criminosos em razão do extremismo de algumas de suas práticas, com o atentados a clínicas e assassinatos de profissionais de saúde. Esses movimentos extremistas nada mais são do que a mesma coisa que o mal que tentam combater, porque o instinto assassino é inerente ao ser humano, independente de qual lado esteja.
Mas não nutro ilusões achando que um dia o mundo irá ser como a canção "Imagine" do John Lennon, porque tudo irá caminhar como a Palavra de Deus já previu. E a Bíblia deixa claro que a tendência é que as pessoas percam o afeto natural, que é a afeição instintiva da mãe por sua prole, algo que existe até no mundo animal, e passem a descartar o que não lhes interessa, inclusive seus próprios filhos, enquanto compram roupinhas de bebê para vestir seus cãezinhos.
A lei dada por Deus a Noé antes mesmo da Lei dada a Israel estabelecia o governo humano e dava permissão de homens legislarem sobre homens. Antes disso a sociedade era puramente patriarcal, sendo cada família governada por seu patriarca. Uma das responsabilidades do então implantado governo humano, com o homem tendo poder de vida e morte sobre seus semelhantes, seria aplicar a pena capital em quem matasse seu próximo.
"Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo o animal o requererei; como também da mão do homem, e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem." (Gn 9:5-6).
Então, respondendo à sua dúvida, sim, se os governos do mundo não relevassem o que Deus determinou para manter a ordem na sociedade, haveria, como houve no passado em muitos lugares e ainda há, pena de morte para o estuprador, por ter atacado menor indefesa. Haveria uma pena também para os pais da menina, os avós da criança, por terem providenciado que fosse sacrificada, e o rigor da lei alcançaria também médicos e enfermeiras envolvidos na execução do bebê. Por outro lado, os legisladores que tivessem sido lenientes com o estuprador cujo crime culminou no assassinato da criança também seriam penalizados. Sim, eu sei que na prática não é assim, mas estou respondendo como seria se Deus entrasse nessa equação.
Falar de penalidade para mães, médicos e enfermeiras, pode parecer cruel, mas do ponto de vista de Deus não é crueldade quando ele avisa das consequências da desobediência. Todos querem uma sociedade justa, mas não pelos padrões divinos. Dependendo do ângulo que você observar, verá que existe um desequilíbrio em países como o Brasil, onde não existe pena de morte para um estuprador ou assassino, mas existe morte sem pena para a criança inocente. O estuprador, se condenado, logo ficará livre, mas as sequelas que causou não desaparecerão.
Quanto à justiça de Deus, no que diz respeito à eternidade, sua misericórdia estaria pronta para perdoar a todos os envolvidos, caso se arrependessem e cressem em Jesus, mas isso não os livraria da pena de morte. Aqui posso ouvir protestos de alguns dizendo: "Como assim! Perdoar o estuprador?! Jamais! Seria uma injustiça Deus fazer isso!". Lembre-se de que foi um malfeitor condenado à morte que recebeu de Jesus a certeza de se encontrar com ele no céu, mesmo que seu corpo fosse morto na terra em cumprimento à pena que recebeu da justiça humana. "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará." (Gl 6:7).
O versículo de Gálatas diz respeito aos males que semeamos na terra e são punidos pela justiça que Deus estabeleceu para a vida na terra por meio dos legisladores que ele estabeleceu. Por esta razão Jesus não comutou a sentença do malfeitor, mesmo estando ele arrependido, pois ele tinha de pagar na terra por seus atos, ainda que seu espírito partisse dali perfeitamente justificado para o Paraíso.
Pela justiça humana ele estava condenado, pela justiça divina estava justificado por crer "naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça. Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo: Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, E cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado." (Rm 4:5-8).
Pela justiça humana ele estava condenado, pela justiça divina estava justificado por crer "naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça. Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo: Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, E cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado." (Rm 4:5-8).
É preciso lembrar também que não vivemos nos tempos do Antigo Testamento, quando Deus certamente poderia intervir diretamente nos que praticassem estes males, como ele muitas vezes interveio matando reis, soldados e populações inteiras. Vivemos na era da graça e da paciência de Deus que está retendo o juízo esperando que muitos venham a se arrepender e serem salvos.
"E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus; o qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade; tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego." (Rm 2:2-9)
Hoje muitos não se escandalizam quando veem os próprios pais entregarem um filho ou um neto à morte de maneira institucionalizada, como é no caso do aborto autorizado pela legislação, mas ficam horrorizados quando leem na Bíblia que Manassés queimou o próprio filho. "E até fez passar a seu filho pelo fogo, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro e ordenou adivinhos e feiticeiros; e prosseguiu em fazer o que era mau aos olhos do Senhor, para o provocar à ira." (2 Rs 21:6). Também se escandalizam de Deus ter exterminado populações inteiras e acusam o Deus da Bíblia de cruel.
É claro que Manassés receberá a paga por sua maldade, mas sobre as nações inteiras que Deus ordenava que fossem exterminadas, poucos sabem que aquilo era uma medida profilática para eliminar o mal. Se você acha que o mundo está ruim é porque não sabe como estaria se a maldade corresse solta. Por ocasião da morte de Moisés, que havia liderado Israel na conquista da terra, o Senhor lhe disse: "E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia." (Gn 15:16). Aquilo significava que aquele povo ainda não tinha atingido o ponto máximo da maldade, e por isso não seria destruído naquele momento. Também indicava que a destruição dos povos da terra, que passava a ser ocupada por Israel, não era aleatória, mas servia de juízo profilático.
Não se preocupe que você não irá me encontrar participando de movimentos pró-vida, nem jogando bombas em clínicas de aborto, ou desfilando por aí carregando bandeiras. O cristão não tem nada a ver com este mundo no sentido de tentar mudá-lo, porque tudo isso estava previsto e as coisas devem caminhar como já está determinado. Mas não se surpreenda se, pelo andar da carruagem, logo bebês abortados ou mortos depois do parto passarem a fazer parte da economia formal e ações de empresas de venda seus órgãos e tecidos serem negociadas na Bolsa. Essas práticas já existem de forma clandestina e movimentam uma indústria imensa de transplantes, medicamentos e até cosméticos.
Enquanto isso aos cristãos cabe tão somente fazer o bem que estiver diretamente ao seu alcance, evitar toda forma de mal, e aguardar a vinda do Senhor para buscar sua Igreja antes que o diabo desça à terra e comece verdadeiramente a derrocada final da civilização. Se acha que o mundo está ruim do jeito que está é porque você ainda não viu nada.
"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te." (2 Tm 2:3-5).
O que poucos sabem é que as palavras de 2 Timóteo descrevem o estado final da cristandade, que era o assunto que Paulo vinha tratando no capítulo anterior. Isso mesmo, ele está falando ali dos líderes religiosos da cristandade, e não de algum povo ateu comunista comedor de criancinhas. A apostasia, que é o abandono da verdade, caminha a passos largos para tornar os homens, inclusive os falsamente chamados cristãos, completamente insensíveis às melhores práticas de humanidade. Mas o juízo paira sobre o mundo como uma espada pontiaguda segurada pelo fio de cabelo da paciência de Deus.
"Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos nós, se nos desviarmos daquele que é dos céus; a voz do qual moveu então a terra, mas agora anunciou, dizendo: Ainda uma vez comoverei, não só a terra, senão também o céu. E esta palavra: Ainda uma vez, mostra a mudança das coisas móveis, como coisas feitas, para que as imóveis permaneçam. Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade; porque o nosso Deus é um fogo consumidor." (Hb 12:25-29).
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)