Você escreveu:
"No modelo Calvinista eles dizem que há um povo já predestinado à
perdição, almas que vão perecer, que já foram escolhidas por Deus para
serem condenadas.". Não sou calvinista e nem arminiano, então não posso afirmar com certeza o
que diz a doutrina calvinista, pois nunca a estudei e nem pretendo, mas me parece que nem todo calvinista crê numa eleição para condenação. Mas se
for como você diz a resposta é não, a Bíblia nunca diz isso, nunca afirma que
pessoas foram eleitas por Deus para a perdição. Quando a Palavra de Deus diz que Deus
elegeu uns para salvação, ela nunca diz que elegeu outros para perdição.
Quando você vê alguém despejar o lixo e quer salvar algumas coisas dele
ninguém poderá dizer que você é culpado do lixo ser lixo. Você apenas
decidiu resgatar algumas coisas daquilo que já estava condenado ao lixo. Veja o que diz a carta aos Romanos, que é onde parece estar sua dúvida. As inserções entre "[ ]" são minhas:
"Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada
dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso
para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a
sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos
da ira, preparados [PELO PECADO ORIGINAL] para a perdição; para que também
desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que
[DEUS] para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também
chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?" (Rm 9: 20-24).
O oleiro faz os vasos, os vasos se decompõem por alguma razão e não servem para o mercado,
então ele pega alguns, dentre todos que fatalmente seriam descartados, e os
refaz para serem úteis. Todos estavam perdidos, o oleiro apenas decidiu que iria
salvar alguns e ele pode fazer isso porque é dono do barro. A Ford fabrica carros, mas a polícia não pode culpar a Ford por um
carro da marca estar sendo usado para assaltos. Efésios é uma carta que diz com todas as letras o inexorável fato de que os salvos foram eleitos antes da fundação do mundo e predestinados para filhos.
"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com
todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos
santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo,
segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no
Amado, em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as
riquezas da sua graça" (Ef 1: 3-7).
Existe mais de um aspecto na morte de Cristo, um é ele morrendo como "o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (não OS pecados, mas O pecado, a raiz), um ato chamado de propiciação.
Neste aspecto Cristo glorificou a Deus totalmente passando uma borracha no
pecado de Adão que contaminou toda a Criação e ao mesmo tempo sendo propício para salvar o homem. Ainda que não vejamos todas as
coisas já purgadas do pecado original, a obra para que isto aconteça já
foi feita e vemos o Senhor na glória apenas aguardando que todos os inimigos
sejam colocados debaixo de seus pés.
"Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, De glória e de honra o coroaste, E o constituíste sobre as obras de tuas mãos; todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés. Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos." (Hb 2: 7-9).
"Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos." (1 Co 15:25-28).
Neste aspecto também ele morreu POR TODOS, mas nem
todos serão salvos, apesar de a salvação estar disponível para TODOS.
"Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se
um morreu por todos, logo todos morreram... E ele morreu por todos." (2 Co 5: 14-15).
Isso é para que... "TODO AQUELE que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna... Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que TODO AQUELE que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. ... Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que TODO AQUELE que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia." (Jo 3: 15-16; 6:40).
Isto nos leva ao outro aspecto da obra de Cristo, que é sua substituição, ou o fato de ele ter morrido para levar sobre si os pecados dos
salvos que creram, creem e creriam nele. Neste aspecto é evidente que sua
obra só irá beneficiar os que foram eleitos antes da fundação do mundo.
Neste aspecto de sua obra ele morreu POR MUITOS (não todos), e mesmo que
ninguém fosse salvo ainda assim ele teria resolvido a questão do pecado para
glorificar a Deus.
"Porque isto é o meu sangue; o sangue do novo testamento, que é
derramado POR MUITOS (não todos), para remissão dos pecados. Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados DE
MUITOS (não todos), aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam
para salvação." (Mt 26:28; Hb 9: 28).
Para os que não conseguem pensar a não ser em termos de Calvinismo ou Arminianismo eu sugiro estes artigos:
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)