Você perguntou: "Deus se vinga por nós? Deus se vinga de nossos inimigos? Quando ofendidos ou insultados e ficamos em silêncio, podemos contar que Deus irá agir por nós fazendo a pessoa se lembrar do mal que nos fez?". Sim, Deus se vinga, mas não necessariamente pelo mal que é feito aos seus, mas primeiramente porque um mal feito aos que lhe pertencem é um mal feito ao próprio Senhor.
Isso nos ensina que a única vingança perfeita é aquela perpetrada pelo próprio Senhor, pois seus motivos são absolutamente puros. A questão é: Seriam nossos motivos puros ao buscarmos por vingança do tipo olho por olho e dente por dente? Conhecendo a carne que ainda habita em nós o cristão sincero não arriscaria dizer que deseja vingança apenas para a glória de Deus, mas certamente existiria nesse desejo uma amargura que nada teria de divina. O Senhor Jesus, que era também o autor da Lei dada a Israel que às vezes até fomentava a vingança, alterou a Lei quando disse:
"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.". (Mt 5:38-48).
Portanto a instrução para o cristão hoje é jamais buscar confusão e conflito, mas a paz. "Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor; tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem." (Hb 12:14-15).
Mas e quando sofremos injustamente, não teríamos o direito de nos vingarmos a nós mesmos? Como já disse, o problema da vingança está em querer furar a fila na pirâmide da autoridade. Todo cristão tem sobre si as autoridades constituídas por Deus e pode de forma legal e ordeira apelar para elas quando se sentir injustiçado, sabendo que a última instância nessa linha não é o Supremo Tribunal Federal, mas o Supremo Tribunal de Deus.
"A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem." (Rm 12:17-21).
Você já sentiu o quanto incomoda um cisco no olho? Pois bem, para Deus o seu povo é a "menina do seu olho" (Zc 2:8), uma parte essencial e sensível para Deus. Tocou nos seus, tocou no próprio olho do Senhor que irá querer se livrar logo daquele cisco. Sim, é assim que o Senhor enxerga os que se opõem a ele, um cisco, independente do poder e força que pareça ter.
Mas do lado do cristão, o simples fato de você DESEJAR que Deus vingue o mal que fizeram a você já é fruto de um coração carnal, e não do Espírito Santo que habita em você, porque será um sentimento que busca resguardar seus direitos, sua reputação, seus interesses, enquanto a vingança divina tem por objetivo resguardar tudo isso, porém do lado de Deus e não propriamente seu.
Mas do lado do cristão, o simples fato de você DESEJAR que Deus vingue o mal que fizeram a você já é fruto de um coração carnal, e não do Espírito Santo que habita em você, porque será um sentimento que busca resguardar seus direitos, sua reputação, seus interesses, enquanto a vingança divina tem por objetivo resguardar tudo isso, porém do lado de Deus e não propriamente seu.
O sentimento de vingança permeia todo o Antigo Testamento porque ali Deus tinha um povo terreno e carnal com esperanças na terra, portanto era de se esperar que quando atacados procurassem se vingar dos inimigos por tirarem a vida de seus parentes e roubarem suas terras e seus bens. O próprio Deus em muitas ocasiões dizia para fazerem assim, e em Apocalipse as almas dos mártires clama por vingança diante do Senhor, porque ali encontramos judeus que passaram pela Grande Tribulação e sofreram nas mãos de seus algozes. É preciso entender que a cena se passa anos depois de a Igreja ter sido tirada da terra no arrebatamento, portanto está bem conforme o sentimento dos israelitas no Antigo Testamento.
"E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" (Ap 6:9-10).
Mas hoje vivemos na dispensação da graça de Deus e não somos israelitas querendo fincar bandeira numa terra física, mas cidadãos do céu de passagem pela terra, a menos que você tenha sido iludido pela Teologia do Pacto, que promove a busca de prosperidade e justiça neste tempo da rejeição do mundo contra o Senhor. Vingança é um sentimento carnal do velho homem, não produzido pelo Espírito de Deus, que nos diz para não desejarmos a vingança, mas deixarmos isso para Deus.
Então se no Antigo Testamento encontramos esse desejo e prática entre o povo de Deus, agora podemos descansar sabendo que Deus pode sim vingar o mal que é feito contra o seu povo, mas não cabe ao cristão desejar essa vingança ou tomá-la em suas próprias mãos. Depois de o Senhor declarar na Lei, "Minha é a vingança e a recompensa" (Dt 32:35) a mesma frase é citada duas vezes nas cartas dos apóstolos em Romanos 12:19 e Hebreus 10:30.
O contexto em Deuteronômio é que o Senhor promete vingar a si mesmo contra o desmazelo dos israelitas que insistiam em manchar sua glória e andar em idolatria. Nas cartas a passagem é usada para mostrar que não cabe ao cristão tomar a vingança nas próprias mãos, porque estaria assim usurpando um poder que pertence a uma autoridade superior, o próprio Deus, mas no fundo o objetivo é o mesmo: Deus vinga-se a si mesmo por ter sido ofendido, ora por seu povo de Israel, ora pelo mal que os ímpios causam ao seu povo atual, a Igreja.
É fácil entender isso quando lemos do que o Senhor disse a Saulo no caminho para Damasco: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (At 9:4). Saulo achava que estava apenas perseguindo os membros da odiada seita dos cristãos, sem saber que estava perseguindo e maltratando os membros do corpo do próprio Senhor. Mas a vingança imediata do Senhor foi da maneira mais inesperada: Ao invés de fulminar o futuro apóstolo com um raio vindo do céu, como provavelmente alguns gostariam que acontecesse, o Senhor ou trouxe para si, fazendo dele justamente o maior evangelista de sua época. Então não se surpreenda quando a vingança de Deus vier de uma maneira que você jamais esperaria.
Isso nos ensina que a única vingança perfeita é aquela perpetrada pelo próprio Senhor, pois seus motivos são absolutamente puros. A questão é: Seriam nossos motivos puros ao buscarmos por vingança do tipo olho por olho e dente por dente? Conhecendo a carne que ainda habita em nós o cristão sincero não arriscaria dizer que deseja vingança apenas para a glória de Deus, mas certamente existiria nesse desejo uma amargura que nada teria de divina. O Senhor Jesus, que era também o autor da Lei dada a Israel que às vezes até fomentava a vingança, alterou a Lei quando disse:
"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.". (Mt 5:38-48).
Portanto a instrução para o cristão hoje é jamais buscar confusão e conflito, mas a paz. "Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor; tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem." (Hb 12:14-15).
Mas e quando sofremos injustamente, não teríamos o direito de nos vingarmos a nós mesmos? Como já disse, o problema da vingança está em querer furar a fila na pirâmide da autoridade. Todo cristão tem sobre si as autoridades constituídas por Deus e pode de forma legal e ordeira apelar para elas quando se sentir injustiçado, sabendo que a última instância nessa linha não é o Supremo Tribunal Federal, mas o Supremo Tribunal de Deus.
Sofrer discriminação e injustiças hoje, em um mundo convulsionado por lutas de classe, movimentos raciais e guerras étnicas, tem tudo a ver com a ruína que o pecado causou na humanidade. E a imprensa não deixa de fazer o seu papel de fomentar essas diferenças e criar narrativas polarizadoras para acrescentar lenha na fogueira das paixões humanas. O cristão deve ser sábio o suficiente para não se deixar levar pelo que vê na mídia, entendendo que quem vive de vender notícias também é em grande parte responsável de produzir essas mesmas notícias.
Antes da Guerra Hispânico Americana dois jornalistas americanos, William Hearst e Joseph Pulitzer, adversários entre si, disputavam a esse fomento e polarização da sociedade que terminaria em uma guerra. A explosão de um navio americano em Cuba, causada por um problema em suas caldeiras, foi transformada pelo jornal de Hearst em uma manchete que dizia: "O navio de guerra Maine foi dividido em dois por uma máquina secreta infernal do inimigo". Tudo mentira para seguir a máxima do jornalismo que ensina que "Se não sangrar, não dá audiência". A imprensa acendeu o pavio usando de mentiras e logo muita gente estaria sangrando de verdade, vítimas da inconsequência dos jornais.
Frederic Remington, o famoso artista que deu vida às imagens do Oeste americano, foi contratado pelo magnata dos jornais William Randolph Hearst e enviado a Cuba para produzir ilustrações para seu jornal, numa época quando a fotografia não era ainda popularizada e os jornais traziam mais ilustrações em bico de pena. O artista escreveu de volta para Hearst dizendo: "Está tudo quieto. Nenhum problema por aqui. Não haverá guerra. Desejo voltar.". Hearst respondeu: "Por favor, fique aí. Produza você as ilustrações e deixe que eu produzirei a guerra.".
O que Deus espera do cristão é que ele seja mais sábio do que aqueles que são do mundo e manipulados pelo diabo, e não caia nas narrativas fabricadas para produzir conflitos, sempre sob o patrocínio de jornais e partidos. Ora, até parece que os cristãos do primeiro século não estavam acostumados com discriminação, espancamentos, prisões e mortes injustas! Foi por isso que o apóstolo Pedro deixou claro em sua carta, chegando até a dizer que a injustiça, para o cristão, "é coisa agradável", quando decorrente da fé em Cristo:
"Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente. Porque, que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus. Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente; Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados. Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas." (1 Pe 2:19-25).
Tendo tudo isso em mente, e não vá você querer furar a fila e fazer o papel que pertence a Deus quando o assunto for vingança. Embora não caiba ao cristão vingar-se a si mesmo, pois certamente fará isso com um tempero impuro em seu coração, ele pode descansar sabendo que nada do que lhe acontece injustamente passará despercebido do Senhor.
Tendo tudo isso em mente, e não vá você querer furar a fila e fazer o papel que pertence a Deus quando o assunto for vingança. Embora não caiba ao cristão vingar-se a si mesmo, pois certamente fará isso com um tempero impuro em seu coração, ele pode descansar sabendo que nada do que lhe acontece injustamente passará despercebido do Senhor.
"A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem." (Rm 12:17-21).
Este "amontoarás brasas sobre sua cabeça" não é um ato de represália que queira dizer que você irá por fogo nos cabelos de seu opressor. Isso está se referindo a um costumo dos tempos bíblicos quando não havia facilidade de se acender fogo. Então quando o fogo em casa se apagava o homem ia ao vizinho para pegar brasas emprestadas. O vizinho pegava algumas brasas, colocava em um vaso com cinzas, e colocava o vaso sobre a cabeça do vizinho sem fogo e este voltava para casa com brasas sobre a cabeça.
Ao fazer esses atos de bondade, dando de comer e beber e também emprestar brasas para seu fogo, ele estaria também ajudando seu opressor a cair em si e despertar um arrependimento pelo que fez.
por Mario Persona
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)