Sua dúvida é sobre quem seriam as mulheres que ungiram o Senhor Jesus, se foram uma mesma mulher em todos os casos, ou se os registros dos Evangelhos são distintos ou repetições de um único evento. Encontrei um texto de autor desconhecido que explica muito bem isso, então vou me ater a transcrevê-lo aqui. O texto foi extraído da publicação "An Outline of Sound Words: Volumes 41-50: The Women Who Anointed the Lord Jesus".
As cenas marcantes da unção do bendito Senhor pela mulher na casa do fariseu Simão e por Maria de Betânia permanecerão preciosas para sempre para aqueles que valorizam a Pessoa de Jesus e a graça que o trouxe do céu para falar aos nossos corações atribulados, e para nos levar a conhecer Seu profundo amor, para que possamos responder com afeto e adoração.
Alguns pensaram que os incidentes de Lucas 7 e João 12 seriam um e o mesmo, mas um exame cuidadoso mostra que são eventos bem distintos, mesmo que tenham algumas características em comum. Em ambos o unguento foi derramado de um vaso de alabastro, e em ambos os pés de Jesus foram ungidos.
Mateus, Marcos e João registram o mesmo evento, João nos revela que a mulher era Maria de Betânia, e Mateus e Marcos revelam que a unção ocorreu na casa de Simão, o leproso. A unção de Lucas 7 foi na casa de outro Simão, sim, o fariseu. Há muitos de nome Simão mencionados nas Escrituras, nove deles no Novo Testamento sempre cuidadosamente distinguidos um do outro. Nada nos faria supor que Simão, o fariseu, fosse a mesma pessoa que Simão, o leproso.
A unção de Lucas 7 parece ter ocorrido na Galileia e no curso do ministério do Senhor na Galileia, pois embora os eventos de Lucas estejam agrupados de uma maneira moral, em vez de cronologicamente, os eventos dos capítulos 4 a 9 parecem todos pertencer à Galileia. De Lucas 9 (ver versículos 51 e 53). o Senhor é visto como caminhando em direção a Jerusalém, que Ele não alcançará até o final do capítulo 19.
A unção de Maria é mostrada pelos três evangelistas como sendo o final do caminho do Senhor na terra, e poucos dias após Sua morte e sepultamento. Além disso, isso não foi na Galileia, mas na Betânia da Judéia. Essa unção não estava no meio de Seus labores, mas em vista da partida iminente do Senhor, assim como Ele diz em Mateus 26:12: “Pois ao derramar este unguento sobre o meu corpo, ela o fez para o meu sepultamento”.
Em Lucas 7, a mulher é apresentada a nós como uma pecadora arrependida, enquanto Maria é descrita em João 12 como uma santa adoradora. Não há dúvida sobre o estado da pobre mulher pecadora; ela precisava de salvação e perdão dos pecados, e de paz para seu coração atribulado; e tudo isso ela recebeu dos próprios lábios do Senhor na casa de Simão. Maria de Betânia, em Lucas 10, é encontrada como uma aprendiz aos pés de Jesus; nem há qualquer dúvida sobre seus pecados em João 12; ela está ali adorando Aquele que ela aprendeu como sendo a Ressurreição e a Vida na ressurreição de Lázaro.
A mulher de Lucas 7 primeiro lava os pés de Jesus com suas lágrimas de contrição, depois os enxuga com seus cabelos; e depois de enxugar ela unge Seus pés com o unguento. Não há nenhuma palavra de Maria lavando os pés de Jesus com lágrimas: suas lágrimas foram derramadas quando Lázaro morreu, e naquele momento Jesus chorou com ela; mas Ele enxugou todas as suas lágrimas antes que ela ungisse Seus pés. Maria primeiro unge os pés de Jesus, e enxuga Seus pés ungidos, não Seus pés lavados.
Evidentemente, duas pomadas diferentes foram usadas por essas devotadas mulheres. A mulher de Lucas 7 usou "mirra", mas a de Maria era "nardo puro", que o Espírito Santo nos diz ser "muito cara". A mulher de Lucas 7 era devedora de "quinhentos denários", a quem o Senhor perdoou; Maria era uma adoradora de "trezentos denários", a quem o Senhor elogiou. Não há menção da mulher em Lucas 7 quebrando seu frasco, mas Maria quebrou o frasco de nardo puro; tinha sido guardado para o Senhor, e era apenas para ele.
Tanto Mateus quanto Marcos falam da unção da cabeça de Jesus, um ato totalmente diferente da abordagem de um pecador arrependido, mas em perfeita harmonia com a apresentação de Jesus pelo Espírito Santo nesses Evangelhos. Em Mateus, a cabeça do Rei de Israel é ungida, e em Marcos a cabeça do Profeta de Jeová e servo fiel, e um santo devotado de Deus tem o privilégio de assim ungir.
Os dois convites são bastante distintos em caráter. Evidentemente, Simão, o fariseu, convidou o Senhor para comer em sua casa para que pudesse examinar mais de perto Aquele cujos ensinos e ações estavam chamando tanto a atenção do público. Seu julgamento errôneo e severo do Senhor revelou a verdadeira condição de seu coração, e fez com que o Senhor o expusesse em contraste com o pecador pobre arrependido. Quão diferente foi o convite em Betânia, onde fizeram uma ceia ao Senhor, e onde Ele está rodeado por aqueles que O amam, e onde eles admiram, adoram, comungam, servem e adoram.
Em Lucas 7, o Senhor intervém a favor do pobre pecador, revelando a atitude de Deus para com os pecadores e recomendando a resposta daquele a quem muito é perdoado. Em João 12, em resposta às murmurações suscitadas pela avareza de Judas, o Senhor diz: "Deixai-a; para o dia da minha sepultura ela guardou isto"; e em Mateus 26, "Onde quer que este Evangelho seja pregado em todo o mundo, ali também o que esta mulher fez será contado em sua memória." As recomendações do Senhor são muito diferentes, cada uma perfeita de acordo com as circunstâncias e o estado de quem O unge.
Apenas três são mencionados no incidente de Lucas 7, Jesus, Simão e a mulher; enquanto que no outro incidente estão Jesus, Lázaro, Marta, Maria e os discípulos de Jesus, evidentemente uma companhia diferente. No primeiro caso, Jesus fala a Simão e à mulher, sendo o tema do discurso o perdão dos pecados; neste último, Jesus só fala àqueles que murmuram contra a ação de Maria, defendendo-a contra eles e louvando um ato que antecipou a Sua morte. A mulher de Lucas 7 é uma hóspede indesejada na casa de Simão, mas Maria é evidentemente uma das que prepararam a ceia para Jesus.
Cada cena é bela, comovente e encantadora para o coração de Jesus. Quer seja a gratidão do pecador arrependido ou a adoração do coração de um santo que o admira, isso traz prazer ao bendito Senhor e suscita Sua aprovação. Um fariseu hipócrita não consegue entender as ações de um coração tocado pelo amor divino, ou discernir a glória dAquele que veio para manifestar a graça de Deus aos pecadores. Um Judas, dominado pelo amor ao dinheiro e pelo instrumento de Satanás, só vê desperdício do precioso unguento, pois não tinha coração para o Filho de Deus, e nenhuma simpatia por alguém que daria seu maior tesouro para mostrar como ela o valorizou.
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)