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BABEL: A CIDADE E A TORRE
por L. M. Grant

Até esse momento (Gênesis 11), havia apenas um idioma. No mundo de hoje, os homens desejam ter essa vantagem, mas Deus é mais sábio que os homens. Os homens desejam isto pela mesma razão que levou Deus a impor várias línguas sobre eles. Eles estão infectados pelo orgulho de desejarem se unir independentemente de Deus, de modo a ter uma grande civilização.


Eles viajaram "do oriente", literalmente "do nascer do sol". Isto é surpreendentemente típico do homem virar as costas para a promessa da vinda de Cristo ("o sol da justiça, e cura trará nas suas asas" - Ml 4:2). Tendo se esquecido da promessa de Deus, eles querem construir uma civilização sólida e unida para si mesmos. Eles deixaram as montanhas e desceram para a circunstância mais fácil da planície, onde não não são exigidos o mesmo exercício e resistência. Em vez de confiar em Deus, eles são movidos pelo que parece ser sua vantagem temporal.

Eles percebem que há força na unidade, mas não buscam unidade como em sujeição a Deus. Na planície, é claro, não encontraram nenhuma pedra para construir, então fizeram tijolos do barro disponível. "E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume por cal." (Gn 11:3). O Senhor chama a atenção para o fato dessas substituições porque Ele constrói com pedras — "pedras vivas" (2 Pe 2:5). Isso é um tipo dos crentes que são obra de Deus, não das mãos dos homens; e Ele usa a argamassa do Espírito Santo de Deus para uni-los. É claro que o tijolo não dura como a pedra, pois é feito pelo homem.

Assentar tijolos é muito mais simples do que a alvenaria de pedra, porque os tijolos são todos fabricados no mesmo molde. As pessoas que são meramente convertidas ao homem são moldadas pelo ensino particular daqueles homens — "façamos tijolos e queimemo-los bem", significa que são diligentemente treinados ao longo daquela única linha e facilmente encaixados porque suas visões são idênticas. Mas Deus constrói com pedra. Um canteiro ou cantel (profissional que constrói com pedras) deve ter muito mais habilidade do que o que assenta uma camada de tijolos, pois ele deve pegar pedras de várias formas e tamanhos e encaixá-las.

Deus converte almas de origens, culturas e convicções totalmente diferentes, e assim trabalha em suas almas para produzir uma unidade espiritual vital entre elas que é muito mais forte do que qualquer unidade planejada pelo homem, pois eles são ligados pelo Espírito vivo de Deus. Isso é unidade na diversidade, pois cada um conserva seu caráter e utilidade distintivos: seus pontos de vista não são idênticos, mas o poder vivo do Espírito de Deus supera tais diferenças, unindo-os em um vínculo de unidade espiritual genuína.

A Babel deste capítulo é típica da Babilônia do Novo Testamento (Apocalipse 17:1-18Apocalipse 18:1-24), um grande sistema religioso criado pelos homens, apesar de afirmar que é "a igreja". Os homens neste capítulo têm grandes aspirações, primeiro, "edifiquemos nós uma cidade" (v.4). É o egoísmo humano que deseja "uma cidade", um grande empreendimento do qual possam se orgulhar. Abraão tinha um caráter diferente: "esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus" (Hb 11:10). A fé pode esperar que Deus realize o que é de valor duradouro. Sua cidade será de absoluta pureza (Apocalipse 21:18) em contraste com a intriga, violência e corrupção que são características das cidades dos homens.

Eles propõem também "uma torre cujo cume toque nos céus". Este é um grande centro que se destacará acima de tudo, um símbolo de seu orgulho. Mas o centro da igreja de Deus é o Senhor Jesus Cristo, que foi "feito mais sublime do que os céus" (Hb 7:26). Os céus falam de domínio e autoridade (Dan 4:26), e o homem gostaria de tomar essa autoridade em suas próprias mãos incapazes. Mas o Senhor Jesus é exaltado "acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia" (Ef 1:20-21).

O verdadeiro objetivo desses construtores ambiciosos é expresso claramente em suas palavras: "façamo-nos um nome". Eles querem um grande nome para si mesmos. Mas o único a quem Deus dá um grande nome é o Senhor Jesus Cristo. "Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho" (Fp 2:9-10). Quão maravilhoso é, portanto, o privilégio da assembléia do Deus vivo a ser reunida em seu nome (Mt 18:20).

Eles consideraram seu edifício como o meio de impedi-los de serem espalhados pela terra, mas eles acabaram com seus próprios fins, pois por causa disso Deus os espalhou. Ele desceu "para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam" (v.5). É claro que Ele podia ver isso sem descer, mas Sua vinda para baixo mostra a realidade do interesse que Ele toma nos assuntos dos homens, insinuando que Ele chega perto o suficiente para saber tudo o que está envolvido naquilo que eles fazem. Ele vê que eles estão se aproveitando do fato de estarem unidos para executar seus esquemas ambiciosos, em independência Dele. Tendo começado a realizar tais coisas, nada os deteria de quaisquer projetos que pudessem conceber em suas mentes.

Assim como nada restringiria os construtores da torre de Babel, hoje nada poderia deter os líderes ambiciosos do mundo. As nações querem compartilhar sua tecnologia para que possam realizar mais que as gerações passadas em seus avanços na ciência e em todos os outros elementos da cultura humana. Eles trabalham duro para superar todas as dificuldades das barreiras linguísticas e do preconceito nacional, mas Deus continua a trabalhar com essas coisas para frustrá-las. Fala-se constantemente de um governo mundial, mas a grande tribulação provará que isso é mera loucura. As nações não cooperarão entre si para tornar isso possível. Somente quando o Senhor Jesus assumir Seu trono, isso acontecerá, quando todos se submeterão a Ele.

O meio pelo qual Deus suspendeu esse grande empreendimento foi simples para ele. Mas seria um grande choque para eles acharem suas línguas confusas (v.7), uns se vendo de repente incapazes de entender outros, e provavelmente pensando que os outros teriam perdido de repente sua razão. O mundo especula e argumenta sobre a origem das línguas, mas Deus resolveu a questão de maneira muito simples. Todas são o resultado de sua grande sabedoria. Os de uma mesma língua seriam, naturalmente, reunidos e separados daqueles que falavam línguas diferentes. Sua cidade foi deixada inacabada e todos foram espalhadas em todas as direções (v.8).

O nome Babel foi dado à cidade depois, e seu nome significa "confusão" por causa da confusão de línguas. O Império Babilônico surgiu bem depois disso, e muitas nações (incluindo Judá) tiveram que se curvar à sua autoridade — tipicamente se curvando para vergonha de sua própria confusão por causa da desobediência a Deus. No Novo Testamento encontramos Babilônia (com sede em Roma) causando confusão nas fileiras da cristandade, e acabará sendo julgada na época da grande tribulação, como mostrado em Apocalipse 17:1-18; 18:1-24.

("Babel: A cidade e a torre", por L. M. Grant)


por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional www.mariopersona.com.br. Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.
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